Conforme publicado no diário oficial do governo, navios, aeronaves e funcionários das Forças Armadas da Rússia ficam autorizados a "participar de exercícios e intercâmbio em operações de ajuda humanitária e missões de busca e salvamento em situações de emergência ou catástrofes naturais".
A medida vale também para militares, navios e aeronaves dos seguintes países: Estados Unidos, México, Cuba, Venezuela, Guatemala, El Salvador, Honduras e República Dominicana.
O governo nicaraguense acredita que o intercâmbio entre as forças militares será de "benefício mútuo em situações de emergência" entre as nações, de acordo com as informações contidas no diário oficial.
A publicação diz ainda que a entrada de tropas estrangeiras foi previamente planejada e coordenada com o Exército da Nicarágua, cujos membros também foram autorizados a viajar a esses países para realizar atividades humanitárias.
Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, durante as eleições, em Manágua, em 7 de novembro de 2021. Foto de arquivo
© AFP 2023 / Cesar Perez / Presidência da Nicarágua
Cúpula das Américas
Recentemente, o presidente Daniel Ortega criticou a realização da Cúpula das Américas, em Los Angeles, nos EUA. Cuba, Nicarágua e Venezuela não foram convidados pelo governo do presidente norte-americano, Joe Biden, para o evento.
"Não há necessidade de chamá-la de cúpula das Américas", disse Ortega. "É a cúpula do império. O império acha que ainda há lugar para este tipo de cúpula, em que convoca os países de seu 'quintal', submetendo-os à Doutrina Monroe. Por que os convoca? Para lhes dar ordens".
Ortega ainda relacionou os esforços dos EUA de restringir o acesso dos países à cúpula como uma estratégia da política externa com a intenção de enfraquecer a Rússia.
"Eles querem subjugar a Rússia. Querem subjugar a China [...] [ estão] pensando que o momento chegou para eles dominarem todo o planeta. E eles não perceberam que isso não é mais possível", afirmou.