As manobras militares conjuntas de EUA, Coreia do Sul e Japão têm um "objetivo sinistro" de criar uma "versão asiática da OTAN" para confrontar a Coreia do Norte, afirmou na quarta-feira (29) a agência norte-coreana KCNA.
Os três países planejam conduzir em agosto exercícios conjuntos de detecção de mísseis e rastreamento perto do Havaí, chamados Pacific Dragon (Dragão Pacífico, na tradução), em meio aos testes de mísseis e a possibilidade de Pyongyang realizar seu primeiro teste nuclear desde 2017.
"O esquema para a formação da aliança militar EUA-Japão-Coreia do Sul, motivada pelo ajoelhamento do Japão e da Coreia do Sul aos EUA, é evidentemente um prelúdio perigoso para a criação de uma 'versão asiática da OTAN'", disse a KCNA.
Para a agência, os EUA estão inaugurando uma era de "nova Guerra Fria", cujas consequências "não escaparão da maldição e rejeição da comunidade internacional".
"A OTAN não é nada mais que uma servidora da realização da estratégia de hegemonia dos EUA e uma ferramenta de agressão local", acrescentou Kim Hyo-myung, pesquisador da Sociedade Internacional para a Pesquisa Política da Coreia do Norte, culpando a Aliança Atlântica pela crise na Ucrânia.
Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, também disse que é necessário manter "vigilância" contra a expansão da OTAN.
"As tentativas da OTAN de provocar o confronto entre blocos e de formar pequenos círculos serão rejeitadas por todos e estão condenadas ao fracasso", comentou ele, citado na quarta-feira (29) pela agência britânica Reuters.