Os parceiros europeus devem ser gratos à Turquia por fornecer de forma ininterrupta o gás da Rússia, disse na sexta-feira (5) Vladimir Putin, presidente russo.
"Estou falando não só do fornecimento para os consumidores na Turquia, mas, quero repetir mais uma vez, para os consumidores na Europa. Por isso, penso, os parceiros europeus devem ser gratos à Turquia por estar fornecendo trânsito ininterrupto do nosso gás ao mercado europeu", comentou ele a Recep Tayyip Erdogan, presidente turco.
Putin também agradeceu a Erdogan por participar da resolução na questão do fornecimento de grãos da Ucrânia e do fornecimento ininterrupto de alimentos e fertilizantes russos para os mercados globais.
"Com seu envolvimento direto e através da mediação do secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres], foi resolvida a questão relacionada ao fornecimento de grãos ucranianos a partir dos portos do mar Negro. As entregas já começaram. Gostaria de lhe agradecer por isso e pelo fato de ter sido tomada uma decisão unificada em relação ao fornecimento ininterrupto tanto de alimentos russos quanto de fertilizantes russos para os mercados globais", expressou ele.
O chefe de Estado russo sublinhou que para muitos países, especialmente aqueles em desenvolvimento, que estão começando a sentir problemas de abastecimento de alimentos e água, isto é muito importante.
"Para todos esses países, é claro, decisões como estas, que foram tomadas com seu envolvimento direto, são muito importantes. Gostaria de lhe agradecer por isso", apontou Putin, se referindo a Erdogan.
Em 22 de julho, em Istambul, Turquia, Sergei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia, assinou dois documentos interligados para resolver os problemas de abastecimento de alimentos e fertilizantes aos mercados mundiais. O primeiro documento estabelece o compromisso da ONU de suspender várias restrições às exportações de produtos agrícolas e fertilizantes russos para os mercados mundiais.
O segundo documento define um mecanismo para a exportação de produtos agrícolas ucranianos a partir de portos do mar Negro controlados pela Ucrânia. O documento é baseado em propostas russas que criam um corredor marítimo humanitário para a saída segura de navios comerciais de e para portos do mar Negro controlados por Kiev.