A Indonésia pode se tornar outro comprador asiático de petróleo russo, já que o presidente Joko Widodo está considerando opções para importar combustível de Moscou a fim de manter a inflação sob controle, informou o jornal Financial Times.
"Sempre monitoramos todas as opções. Se há um país [e] eles oferecem um preço melhor, é claro", disse Widodo em entrevista ao jornal quando perguntado se seu governo compraria petróleo russo.
Widodo, popularmente conhecido como Jokowi, disse que é "dever" do governo encontrar várias fontes para atender às necessidades energéticas dos 270 milhões de pessoas do país.
O governo da Indonésia enfrenta forte pressão há semanas, já que legisladores locais pediram a importação de petróleo da Rússia, que, segundo o ministro do Turismo, ofereceu um desconto de 30% sobre o preço internacional.
Em agosto, o embaixador da Indonésia na Rússia, José Tavares, disse à Sputnik que seu governo não está apoiando iniciativas que não estejam alinhadas com os "interesses nacionais".
A empresa indonésia PT Kilang Pertamina Internacional informou no mês passado que estava "avaliando os riscos" das sanções ocidentais e "suas mitigações" no que se refere à importação de petróleo russo.
Widodo justificou seu movimento dizendo que era sua "última opção" para manter a matemática fiscal da economia sob controle. O governo Jokowi havia assumido que a cesta de petróleo da Indonésia custaria cerca de US$ 63 (R$ 324) por barril em 2022.
No entanto, a ministra das Finanças da Indonésia, Mulyani Indrawati, afirmou que o aumento dos preços do petróleo no mercado internacional requer um adicional de cerca de US$ 13,2 bilhões (R$ 67 bilhões) em gastos públicos com subsídios à energia, elevando o custo do subsídio ao petróleo para US$ 47 bilhões (R$ 242 bilhões).
A Indonésia importa 60% de suas necessidades totais de combustível, cerca de 1,6 milhão de barris de petróleo diariamente.