"Você vê crise em todas as partes do mundo", disse Vucic à emissora estatal sérvia RTS, observando que o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez previsões pessimistas em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.
"Acho que as previsões realistas devem ser ainda mais sombrias", disse Vucic. "Nossa posição é ainda pior, já que a ONU tem sido enfraquecida e as grandes potências têm assumido o controle e praticamente destruíram a ordem da ONU nas últimas décadas."
"Presumo que estamos deixando a fase da operação militar especial e nos aproximando de um grande conflito armado, e agora a questão é onde está a linha, e se depois de certo tempo – talvez um mês ou dois – vamos entrar em um grande conflito mundial não visto desde a Segunda Guerra Mundial", observou Vucic, após ser questionado sobre o discurso de Putin anunciado ontem (20) sobre a operação especial da Rússia.
"Considero que, no futuro, tudo siga adiante e envolva relações mais complicadas entre o Ocidente e a Rússia, mas também entre o Ocidente e a China", acrescentou o presidente sérvio.
O próprio Vucic pretende discursar para a nação na próxima semana, para informar os sérvios de "decisões importantes" que seu governo pretende tomar.
A Sérvia tem estado sob enorme pressão da União Europeia (UE) e da OTAN para que imponha sanções contra a Rússia e se junte ao Ocidente, mas Vucic persistiu em manter a neutralidade, dizendo, no entanto, que em certo momento no futuro Belgrado pretende aderir à UE.