Em um aceno positivo ao governo recém-estabelecido em Israel, a Hungria pretende transferir sua embaixada no país para Jerusalém no próximo mês, em um ato de apoio do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, a seu homólogo Benjamin Netanyahu, informou o Times of Israel nesta sexta-feira (3).
Se for concretizada, a ação marcará a primeira vez que um Estado-membro da União Europeia vai abrir uma embaixada em Jerusalém, decisão a qual o bloco europeu se opõe na ausência de um acordo de paz entre Israel e os palestinos.
Ainda segundo a mídia, os dois premiês chegaram a um acordo sobre o assunto nos últimos dias, com os detalhes discutidos durante intensas conversas entre o ministro das Relações Exteriores israelense, Eli Cohen, e o principal diplomata húngaro, Peter Szijjarto.
Netanyahu há muito mantém relações estreitas com Orbán, que está no poder desde 2010. Fontes da chancelaria israelense, que confirmaram a transferência planejada da embaixada, vincularam a mudança ao desejo de Orbán de ajudar Netanyahu, concedendo ao primeiro-ministro uma conquista diplomática em meio à instabilidade política com a população refutando a proposta da reforma do sistema judiciário de Israel.
Em agosto de 2021, Orbán lamentou a derrota eleitoral de Netanyahu e elogiou o líder israelense como um "bom amigo" da Hungria. "Quando esteve no poder, sempre investiu muita energia em manter um bom relacionamento com os países da Europa Central", disse.
O porta-voz do MRE da Hungria, Mate Paczolay, não confirmou o relato, mas disse que o ministério forneceria atualizações sobre quaisquer mudanças na embaixada em todos os casos, complementando que "já transferimos o departamento comercial de nossa embaixada israelense para Jerusalém anos atrás", relatou a Reuters.
Sob o comando do ex-presidente Donald Trump, os Estados Unidos mudaram sua embaixada em Israel para Jerusalém em 2018, o que abriu caminho para que vários outros países, alinhados com o Estado judeu, mudassem suas representações.