Panorama internacional

FDI consideram fazer 'pausa operacional' após incursão terrestre em hospital de Gaza, diz mídia

As Forças de Defesa de Israel (FDI) dizem que instalação de saúde do Al-Shifa fica no topo do complexo de túneis do Hamas. Os militares israelenses estariam dispostas a considerar uma "pausa operacional" depois de assumir o controle de todo Al-Shifa, segundo mídia.
Sputnik
De acordo com o Financial Times (FT), as tropas israelenses estavam revistando o maior hospital de Gaza em uma operação "direcionada" para encontrar armas e infraestruturas do Hamas, mesmo com a situação drástica de pacientes e civis abrigados no local.
O Hospital Al-Shifa, que, segundo Israel, fica no topo de uma densa rede de túneis subterrâneos que abrigam centros de comando do Hamas, tornou-se o foco principal da ofensiva terrestre de quase três semanas do país em Gaza.
Na quarta-feira (15), um alto funcionário da defesa israelense disse que as tropas "já haviam encontrado armas e outras infraestruturas terroristas" lá, bem como "evidências concretas" de que o grupo militante palestino o usou como "quartel-general do terrorismo" e que as FDI já haviam eliminado "vários terroristas" no complexo de saúde.
Auge da incursão de Tel Aviv em Gaza, a ação terrestre no Al-Shifa desencadeou temores generalizados sobre o destino dos pacientes nas instalações, juntamente com milhares de pessoas que procuraram refúgio no local devido ao bombardeio de Israel.
O hospital parou de funcionar no fim de semana (11) por falta de combustível, bloqueado por Israel sob o argumento de que poderia ser utilizado pelos militantes do Hamas.
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O diretor do Al-Shifa, Mohamed Abu Selmeyeh, disse à Al Jazeera na quarta-feira que "há intensos tiroteios e explosões. Acho que destruíram todos os edifícios perto do hospital. [...] Também houve explosões na noite passada [14], e isso danificou o vidro do hospital, e estilhaços entraram e feriram algumas pessoas deslocadas".
As FDI disseram que entregaram equipamentos médicos, incubadoras e comida para bebês no Al-Shifa, e acrescentaram que equipes médicas do Exército israelense e soldados de língua árabe estavam presentes para garantir que os suprimentos chegassem àqueles que deles precisavam.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse ter perdido contato com o pessoal de saúde no Al-Shifa. "Estamos extremamente preocupados com a segurança deles e de seus pacientes", acrescentou.
Ainda segundo o FT, as FDI estariam dispostas a considerar uma "pausa operacional" depois de assumir o controle de todo Al-Shifa para processar informações obtidas a partir dos interrogatórios de pessoas no hospital e para reforçar as linhas logísticas em toda Gaza, disse uma fonte.
A "pausa operacional" também é objeto das negociações entre Hamas e Israel com cooperação do Catar e dos EUA para a libertação de até 50 reféns.
Segundo uma fonte ao FT, as negociações estavam "progredindo bem" e um acordo incluiria a entrega de ajuda a Gaza e a libertação de alguns prisioneiros palestinos detidos em Israel, acrescentou a pessoa.
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Resolução do Conselho de Segurança da ONU

O ataque ao Al-Shifa ocorreu quando o Conselho de Segurança da ONU (CSNU) aprovava uma resolução que apelava a "pausas humanitárias urgentes e prolongadas" nos combates e à libertação imediata e incondicional de todos os reféns detidos pelo Hamas.
EUA, Reino Unido e Rússia se abstiveram, mas Londres afirmou que apoiava os objetivos de entrada de ajuda e saída de reféns, lamentando "que a primeira resolução aprovada pelo conselho sobre este assunto não pudesse condenar claramente os ataques terroristas do Hamas".
A situação desesperadora nos hospitais de Gaza causou tensão entre Israel e os seus aliados ocidentais, fazendo com que os EUA e outras nações pressionassem cada vez mais Israel a exercer contenção.
As agências de ajuda internacional expressaram alarme com a incursão israelense no Al-Shifa, e cada vez mais vozes ecoam a preocupação ou acusação de que "crimes de guerra" estão sendo perpetrados por Israel.
O ataque ao Al-Shifa ocorreu em um momento em que a crise humanitária em Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, continuava a agravar-se, com escassez de alimentos, combustível, água e outras necessidades.
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