Pela primeira vez na história, Colômbia pode ter um guerrilheiro como presidente

© REUTERS / Enrique de la OsaRodrigo Londoño Echeverri, alias 'Timochenko', máximo líder de las FARC
Rodrigo Londoño Echeverri, alias 'Timochenko', máximo líder de las FARC - Sputnik Brasil
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O líder das Força Alternativa Revolucionária do Comum (antiga FARC-EP), Rodrigo Londoño (popularmente conhecido como Timochenko) lançou candidatura à presidência da República. É a primeira vez que um guerrilheiro se postula ao cargo, feito concedido graças ao acordo de paz assinado entre o grupo e o governo.

"Representando o meu partido, me comprometo a encabeçar esse governo de transição", declarou Timochenko no ato de lançamento de campanha realizado na capital do país, Bogotá.

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Timochenko é um médico cardiologista por profissão, mas foi como o terceiro e último comandante da guerrilha dissolvida em 2017 que o tornou famoso. Logo depois de ser indicado pelo partido para concorrer ao cargo presidencial, ele foi ao Twitter dizer que as FARC estavam "às portas de ser protagonistas de um momento muito importante na história da Colômbia. Minha maior preocupação é fazer as coisas direito, sempre me motiva o esforço de milhares de mulheres e homens que sonharam e lutaram por uma nova Colômbia". 

​O ex-guerrilheiro também adiantou parte das propostas de campanha, como a criação de uma renda básica com a qual o Estado poderia subsidiar colombianos "sem recursos mínimos para se sustentar". Ele também disse apoiar um tipo de bolsa de estudos que permitisse aos cidadãos do país completarem os estudos, um projeto que o próprio partido calcula poder custar até US$358 milhões por ano.

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As FARC também defendem a criação de uma linha de metrô em Bogotá (atualmente apenas Medellín conta com o sistema de transporte), a regulamentação do serviço de ambulante e a modificação da lei de organização territorial.

A caminhada, porém, promete ser dura. Muitos colombianos ainda mantêm ressentimento pelas dezenas de sequestros e assassinatos promovidos pelas FARC em seus mais de 50 anos de história. Além disso, os próprios guerrilheiros podem ficar impedidos de votar pelo seu líder, já que muitos ex-combatentes ou enfrentam ordens de prisão ou se encontram "sob judice" (com resolução judicial pendente), o que os impediria de comparecer às urnas.

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