Ironicamente, os Leopard, construídos e elaborados na Alemanha, são considerados um dos mais potentes e seguros do mundo. Contudo, em uma verdadeira guerra, são destruídos – literalmente – mitos sobre invencibilidade do tanque alemão.
Vulnerabilidade do casco
Tanques Leopard são produzidos pela corporação alemã Krauss-Maffei desde 1979. Eles são utilizados por 20 exércitos mundiais e ocupam o primeiro lugar no ranking mundial de tanques feito pela revista norte-americana Military Ordnance.
Mas, na realidade, o tanque quase não foi usado em combates reais. Seu primeiro batizado com fogo aconteceu em dezembro de 2016, na operação Escudo do Eufrates, na província síria de Aleppo. Justamente na Síria os tanques Leopard-2 "viram pela primeira vez" mísseis guiados antitanque Fagot, que foram roubados de armazéns das tropas governamentais por terroristas, bem como complexos antimísseis norte-americanos TOW, fornecidos pelos EUA às forças da "oposição moderada".
Os resultados do primeiro encontro foram descritos pela edição Die Welt em janeiro de 2017, quando publicou matéria intitulada "Militantes do Daesh mataram mito de tanque alemão". O autor da publicação, citando fontes do Ministério da Defesa alemão, escreveu que os turcos perderam no mínimo dez tanques Leopard-2А4.
Rankings controversos
Segundo analistas, o tanque de Afrin foi destruído com um míssil Fagot, ou seja, com uma arma elaborada ainda na União Soviética, mais precisamente nos anos 70. Os Fagot, hoje em dia, são utilizados por mais de 30 países.
Viktor Murakhovsky, redator-chefe da revista russa Exportações de Armas, acredita não ser nem um pouco extraordinária a aniquilação do tanque Leopard-2А4 pelo complexo soviético, "pois nenhum tanque é capaz de suportar um golpe de mísseis guiados, quando eles atingem as laterais do casco. Nenhum tanque, com exceção do russo T-14 Armata", justamente porque são vulneráveis à explosão de suas caixas de munições.
"Não vale a pena acreditar nos rankings da mídia, seja ela confiável ou não. Os indicadores dos níveis técnicos e militares de cada tanque são determinados não só pelos números de caraterísticas táticas e técnicas, mas também pelo poder de fogo, proteção, mobilidade etc. Afinal, a efetividade de qualquer tanque depende da tática do seu uso no combate. O ranking não leva e não pode levar em conta tudo", opina Murakhovsky.
Vale destacar que os tanques norte-americanos M1A2 Abrams também são vulneráveis aos Fagot, mas ocupam o segundo lugar nos rankings ocidentais após o Leopard.
No terceiro trimestre de 2015, surgiram vários vídeos de militantes houthis bombardeando com mísseis Fagot os Abrams da Arábia Saudita no Iêmen. Contudo, os tanques russos T-90, que ocupam as últimas posições nos rankings ocidentais, não deixam a desejar no que diz respeito à proteção contra mísseis antitanque dos terroristas na Síria.