No entanto, a pressa do governo em votar a reforma da Previdência, um dos temas principais da mensagem do presidente Michel Temer ao Legislativo na abertura dos trabalhos de 2018, é considerada um desafio mesmo entre os partidos aliados do governo.
O próprio Maia, ainda na segunda-feira, ameaçou engavetar a pauta, se a mesma não for votada até o dia 20, segundo a agenda. Só isso já parece difícil, pois o recesso de Carnaval já está batendo na porta, e o governo terá muito pouco tempo para articular.
Além disso, como é de conhecimento público, em ano de eleição a Câmara ganha peso para formação de alianças políticas e os projetos mais polêmicos são deixados de lado.
Segundo especialistas, Temer terá, no máximo, 90 dias para aprovar a reforma da previdência, pois a partir de junho o congresso ficará completamente esvaziado.
Sputnik também conversou com cientista político Alberto Carlos Almeida, diretor do instituto Análise. Ele reiterou a impressão de que a própria base de Temer estaria se sentindo insegura para votar.
"Na semana passada, gente do governo veio a público com várias declarações, dizendo que não seria possível aprovar. Rogério Russo, líder do PSB, o próprio presidente da Câmara", disse o interlocutor da agência.
"O próprio presidente da República, ao dizer que o governo dele poderia sobreviver sem uma reforma da previdência foi uma maneira de admitir a dificuldade de votar", acrescentou.
O diagnóstico é quase unanime.
"A reta eleitoral atrapalha sim, sem dúvida. Dificulta bastante", confirmou o especialista.