"Seria bom se a indústria da França pudesse fabricar produtos totalmente franceses, mas temos que levar em conta o custo do desenvolvimento de cada componente de mísseis complicados como o Scalp. O que será se nenhum país poder arcar com as despesas de compra desses mísseis?", disse Vautravers.
"O problema não é só o jato Rafale — o avião francês com componentes primordialmente franceses – o problema são os mísseis de cruzeiro que podem ser equipados com esta ogiva específica, tornando-a em uma arma de destruição em massa. Obviamente, o governo dos EUA não quer que um país como o Egito possua tais tecnologias", explicou ele.
De acordo com Vautravers, esse tipo de mísseis poderia alterar o equilíbrio de forças em todo o Oriente Médio e criar um problema para toda a região se for usado contra Israel ou a Líbia.
Adrien Caralp, do Centre d'études des Modes d'Industrialisation — CEMI, disse à Sputnik França que está ficando problemático encontrar fornecimentos domésticos e controlar a sua cadeia durante a produção dos complexos sistemas de armamentos. Aqui há riscos e problemas. Na situação económica e política atual, é difícil produzir armas de altas tecnologias com base só nos fornecimentos domésticos, disse.
"Claro que há exemplos de cooperação bem-sucedida na Europa, por exemplo, entre a França e o Reino Unido – mas não é fácil cooperar porque cada país europeu tem os seus próprios interesses", adicionou Adrien Caralp.
"Contudo, em junho do ano passado, a Comissão Europeia sugeriu que deve ser criado um fundo para apoiar as capacidades de defesa europeias. Este financiamento adicional poderia mudar a situação", concluiu.