Mais cedo, Seul comunicou que no decorrer do encontro com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, a delegação norte-coreana assegurou que estava disposta a iniciar negociações com os EUA.
Entretanto, na sexta-feira (23), Washington comunicou sobre a imposição de sanções adicionais no âmbito de contraposição ao programa nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte. Estas seriam aplicadas a 27 companhias de navegação e de transporte, 28 navios e uma pessoa física.
Donald Trump afirmou que estas medidas restritivas são as mais fortes que Washington alguma vez empreendeu contra qualquer Estado estrangeiro. Ademais, a Coreia do Norte continua sendo um alvo de sanções rigorosas por parte das Nações Unidas.
Em resposta às recentes medidas estadunidenses, Pyongyang declarou que a política de sanções tem como objetivo impedir o melhoramento das relações entre os dois vizinhos.
"Em algum sentido, hoje em dia os interesses da Coreia do Sul são mais próximos aos interesses do Norte que aos interesses dos EUA, mas claro que a curto prazo. A coisa é que Seul está extremamente preocupada com as insinuações, vindas de Washington, de que os EUA estariam realmente se preparando para efetuar um ataque pontual contra algumas instalações no território norte-coreano", disse o professor da Universidade de Kookmin em Seul, Andrei Lankov, ao serviço russo da Rádio Sputnik.
O analista sublinhou que esta guerra é igualmente desnecessária tanto para a Coreia do Sul como para a do Norte, porque Pyongyang, mais provavelmente, realizaria um ataque de resposta, o que causaria danos não apenas a Washington, mas sobretudo a Seul.
"Ademais, se formos completamente francos, já faz muito que a Coreia do Sul não tem nenhuma intenção de derrotar a Coreia do Norte. Pois uma vitória e unificação do país sob condições sul-coreanas logo coloca uma pergunta: o que faremos agora, onde arranjaremos dinheiro para pagar por essa 'felicidade'? A Coreia do Sul visa manter o status quo. E agora, quando as relações se agudizaram, é bem natural que as insinuações sobre possíveis negociações sejam saudadas com todo o entusiasmo em Seul", sublinhou Lankov.