O plano é aumentar o orçamento militar anual dos atuais 53 bilhões de coroas (US$ 6,5 bilhões) para cerca de 115 bilhões de coroas (US$ 14 bilhões) em 17 anos.
O relatório, formalmente chamado de 'Estudo de Perspectiva', foi publicado na quinta-feira passada e ainda não será submetido ao parlamento da Suécia. O documento também argumenta que é necessário aumentar o número de funcionários dos atuais 50 mil para cerca de 120 mil até 2035.
A principal seção de conclusões do relatório começa com a Rússia e tem vários parágrafos dedicados à ameaça que Moscou representa.
"A Rússia passou por sua ação na Geórgia em 2008, bem como na Criméia e no leste da Ucrânia em 2014, e mostrou que não hesita em usar a força militar para atingir seus objetivos políticos", afirmou o relatório.
O documento do Exército sueco também menciona que Moscou planeja "aumentar suas capacidades militares após 2020" e fortalecer a capacidade de "mobilizar rapidamente" para "operações ofensivas" no futuro próximo. O relatório diz que a Suécia "inevitavelmente" se encontrará no meio de uma zona de conflito se a Rússia entrar em conflito com a OTAN.
Espera-se que a Rússia tenha "o maior impacto na situação da política de segurança na área do mar Báltico", de acordo com o documento.
Rússia rebate
O "mito irracional sobre a omnipresente ameaça russa" foi recentemente criticado pelo ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na Conferência de Segurança de Munique.
Um dia antes de pronunciar o seu discurso, Lavrov disse à Euronews que "apenas uma imaginação inflamada" poderia surgir com a ideia de que Moscou estava prestes a atacar o Báltico ou a Polônia, mas a retórica russofóbica no Ocidente nunca parece diminuir.
Uma missão independente de pesquisa internacional estabelecida pela União Europeia (UE) concluiu que a guerra na Ossétia do Sul, em 2008, "começou com um enorme ataque de artilharia da Geórgia" e que "não houve nenhum ataque armado na Rússia antes do início da operação da Geórgia".
A mesma missão encontrou "nenhuma evidência para apoiar quaisquer afirmações de que as unidades russas de manutenção da paz na Ossétia do Sul estavam em violação flagrante de suas obrigações".
Já a Crimeia voltou a ser parte da Rússia na primavera de 2014, depois que o movimento foi aprovado de forma esmagadora em um referendo. O voto popular foi seguido por um golpe violento de Kiev e uma ofensiva quase imediata nas regiões do sudeste do país, onde os locais se recusaram a reconhecer o regime recém-imposto.