"A chanceler da Alemanha, Angela Merkel e a primeira-ministra Theresa May falaram hoje [terça-feira] por telefone sobre o ataque com o uso de substâncias tóxicas em Salisbury", informou o serviço de imprensa do governo alemão.
De acordo com o comunicado, Merkel "condenou firmemente esse ataque e sublinhou que leva muito a sério a opinião do governo da Grã-Bretanha sobre a questão da responsabilidade da Rússia pelo ataque".
"A Rússia deve responder rapidamente a perguntas legítimas do governo da Grã-Bretanha e cumprir o requisito de divulgação plena e rapidamente o seu programa de armas químicas à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ)", acrescentou a nota.
Em 4 de março, a polícia britânica encontrou duas pessoas inconscientes em um banco do parque nas proximidades de um shopping center em Salisbury, no condado britânico de Wiltshire, aparentemente intoxicadas com um agente nervoso.
O ministro de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, confirmou mais tarde que era Skripal, de 66 anos, e sua filha, de 33.
Skripal, um ex-coronel da Direção Geral de Inteligência Russa (GRU), foi recrutado pela agência britânica MI6 quando servia no Exército russo na década de 1990. Em 2006, um tribunal russo condenou-o a 13 anos de prisão por espionar a favor de um Estado estrangeiro.
Quatro anos depois, o ex-agente foi trocado junto com outros dois indivíduos condenados por espionagem por dez pessoas detidas nos Estados Unidos.
May afirmou na segunda-feira, durante um discurso para a Câmara dos Comuns do Parlamento, que é "altamente provável" que a Rússia esteja envolvida no envenenamento de Skripal e filha Yulia, ressaltando que ambos foram envenenados com um agente nervoso de um tipo desenvolvido na Rússia.
A chefe do governo britânico também indicou que o Ministério de Relações Exteriores chamou o embaixador russo para consultas e pediu a Moscou para fornecer explicações sobre o caso antes da meia-noite de terça-feira, caso contrário ameaçou tomar "medidas muito mais extensas" contra a Rússia.
O chanceler russo, Sergei Lavrov descreveu como acusações sem sentido contra Moscou para o caso Skripal. No entanto, assegurou que a Rússia está pronta para cooperar em tal investigação no Reino Unido se cumprir os seus compromissos no âmbito da Convenção para a Proibição de Armas Químicas.
De acordo com Lavrov, a Rússia solicitou formalmente que Londres lhe dê acesso a todos os materiais no caso Skripal, bem como à substância com a qual ele estava supostamente intoxicado.