Opinião: China derruba EUA na luta pelo petróleo iraquiano

© AP Photo / Jim MacMillanMilitares americanos no Iraque, foto de arquivo
Militares americanos no Iraque, foto de arquivo - Sputnik Brasil
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Depois da intervenção dos EUA e do Reino Unido no Iraque, a China se tornou o maior país importador do petróleo iraquiano. Analistas explicam por que os planos dos EUA de tomar o controle sob a indústria petrolífera do Iraque falharam.

Há 15 anos, exatamente no dia 20 de março de 2002, a coalizão liderada pelos EUA iniciou operação militar contra o Iraque, denominada "Liberdade do Iraque". A intervenção no Iraque se tornou um erro estratégico do então presidente dos EUA George W. Bush, opinou para a Sputnik Zhang Deguang, ex-chanceler chinês.

"Bush cometeu um grande erro estratégico. As tropas invadiram o Iraque sem aprovação do Conselho de Segurança da ONU, o que é inaceitável. Hoje, muitos especialistas norte-americanos, incluindo os antigos companheiros de Bush, como, por exemplo, Tony Blair [ex-primeiro-ministro britânico], reconhecem o erro. Trata-se das informações erradas de que Saddam Hussein [ex-presidente do Iraque] tinha armas de destruição em massa. Baseando-se nesta mentira, eles lançaram sua agressão, ou seja, ocuparam o Iraque", explicou ele à Sputnik China.

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Um dos objetivos dos EUA no Iraque eram as reservas de petróleo iraquianos. Os norte-americanos queriam tomar controle da produção e exportação, além de desejarem limitar acesso ao petróleo para seus concorrentes no mercado mundial, especialmente para a China. Depois, eles estabelecem o mesmo objetivo tanto na Síria como na Líbia. 

Entretanto, o plano dos EUA no Iraque não deu certo. Além disso, a China se tornou o maior país comprador de petróleo iraquiano. Pequim importa mais da metade do volume de petróleo, produzido no Iraque. 

Para o Iraque, a China á uma boa parceira, porque Pequim não intervém nos assuntos internos do país, afirmou o cientista político russo Igor Chatrov.

"Pequim possui apenas interesses econômicos. E assim, suas empresas petrolíferas entram mais facilmente em outros países. Oferecem condições favoráveis, não perseguem elevadas margens de lucro", revelou.

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Segundo Ji Kaiyun, pesquisador do Centro de estudos iraquianos da Universidade do Sudoeste da China, Pequim conseguiu transformar os desafios da guerra dos EUA no Iraque na força motriz para o desenvolvimento das relações sino-iraquianas. Apesar de todos os riscos, os chineses investiram na economia iraquiana, em sua recuperação pós-guerra.

O especialista em ciências políticas, Boris Dolgov, declarou que as relações entre a China e o Iraque são mutuamente vantajosas. 

"As empresas chinesas participam do desenvolvimento do setor petrolífero iraquiano, promovem investimentos chineses na região, bem como seus interesses financeiros e políticos. Essa política traz vantagens para a China. Os EUA não podem impedir o aumento da presença chinesa na região, embora tentem estabelecer sua presença na zona através da força", sublinhou.

Segundo os especialistas, a mesma situação terá lugar na Síria. Há possibilidade de a China reforçar sua diplomacia econômica no país: o capital chinês pode conquistar novos nichos no mercado sírio.

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