Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Manuela D'Ávila assegurou que as esquerdas estão unidas e, por isso, estão em condições de chegar ao Palácio do Planalto. Ex-deputada federal e eleita deputada estadual em 2014, a parlamentar gaúcha revelou como o PCdoB escolheu seu nome para disputar a Presidência da República. Com a palavra, Manuela D'Ávila:
"Com relação à disputa em si, eu acredito que a esquerda brasileira tem plenas chances de chegar ao segundo turno e sair vitoriosa das eleições. Por que? Porque o projeto que é representado por este setor ultraliberal nunca foi vitorioso nas urnas. Eles [os governantes atuais] não submeteram ao crivo popular a proposta da reforma trabalhista, a retirada de direitos sociais do povo brasileiro e não conseguirão submeter. É impossível que o povo faça a opção por esse projeto atrasado e antipopular. Disso surge a possibilidade de nós vencermos a eleição pela quinta vez consecutiva."
A deputada lembrou ainda que seu partido sempre esteve engajado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, depois, manteve o compromisso com o PT, apoiando a candidatura de sua sucessora, Dilma Rousseff. Isso, segundo Manuela D'Ávila, acentuou a união das esquerdas que agora se reflete em um compromisso assumido pelos partidos:
"Acredito que vocês acompanharam o gesto do PT e do PCdoB de manter uma postura unida de apoiar o nome mais competitivo. Porque a eleição no Brasil se dá pela unidade programática dos partidos e pela viabilidade dos nomes escolhidos. Em relação ao PCdoB, nós somos o único partido que, há sete eleições, esteve na Frente Ampla apoiando primeiro a candidatura de Lula e, depois, a de Dilma à Presidência da República. Nós sempre apostamos em saídas mais unitárias. Nós, este ano, realizamos algo inédito que é a nossa unidade programática a partir das fundações partidárias. Ou seja, estabelecemos um programa comum entre PSOL, PCdoB, PDT e PT. Isso é algo novo."
A chapa de Manuela D'Ávila ainda não está totalmente formada já que a escolha do nome para vice ainda não está definida:
"Nós estamos construindo com estes movimentos que estão se aproximando da nossa candidatura. Estamos conversando com movimentos que têm relações com coletivos de mulheres, com estruturas como a Frente Favela Brasil, com intelectuais e agentes da cultura que estão se organizando em torno da nossa candidatura e das ideias que ela representa."
Manuela D'Ávila também opinou sobre os candidatos à Presidência da República, considerados de direita como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o Ministro da Fazenda Henrique Meirelles (atualmente no PSD), prestes a deixar o cargo para disputar a eleição, além do próprio presidente Michel Temer (PMDB):
"Seria bom que Michel Temer concorresse porque ele não é muito afeito a eleições. No último pleito que disputou para deputado federal ele não se elegeu, e se tornou Presidente da República sem voto porque ele é um golpe programático e realizou um impeachment [de Dilma Rousseff] sem crime de responsabilidade. Então, eu adoraria vê-lo apostar num debate democrático como é o debate eleitoral porque ele tem demonstrado ser alguém sem compromisso com a democracia. Com relação a Alckmin, Meirelles e Bolsonaro, trata-se de candidatos da base de Temer que representam algo já construído, um projeto ultraliberal de reformas e destruição do estado brasileiro, esse programa entreguista não vinculado ao desenvolvimento nacional, não comprometido com o povo brasileiro e que torna a economia nacional submetida aos interesses dos bancos."
Ouça a entrevista na íntegra: