Lobisomens americanos: como Força Aérea dos EUA imita agressão dos pilotos russos

© Foto / Força Aérea dos EUAA base da Força Aérea Nellis em 5 de fevereiro, 2014
A base da Força Aérea Nellis em 5 de fevereiro, 2014 - Sputnik Brasil
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Em meados de março, os habitantes do estado estadunidense de Nevada ficaram em uma zona de desconforto acústico. No espaço aéreo estavam sendo travadas manobras dos caças do grupo Red Flag, cujo foco é serem realísticos ao máximo.

Os participantes permanentes dos exercícios são as esquadrilhas dos chamados "agressores", que imitam o inimigo o mais possível. Seus aviões são pintados com cores de camuflagem do "inimigo", mas às vezes se trata de aeronaves reais das famílias MiG e Sukhoi russas. O colunista da Sputnik, Vadim Saranov, explica onde os norte-americanos obtêm os equipamentos para tais treinos e para que é que preparam seus pilotos.

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Sukhoi misteriosos

O primeiro destacamento de "agressores" for formado no início da década de 70 na base aérea de Nellis, em Nevada. O papel dos caças soviéticos era desempenhado por aviões estadunidenses F-5 com estrelas vermelhas pintadas nas asas, mas já em 1973 surgiu o primeiro verdadeiro MiG-21F-13, capturado por israelenses aos árabes. Passados mais alguns anos, o céu de Nevada evidenciou a decolagem de aviões soviéticos MiG-21bis e MiG-23.

Após o colapso da URSS, os "agressores" receberam aparelhos mais modernos. Deste modo, em dezembro de 2016 os chamados spotters fotografaram uma batalha de treinamento entre um Su-27 e um caça estadunidense F-16. Passado menos de um ano, a mídia informou sobre a queda do misterioso Sukhoi, enquanto o Pentágono se absteve de comentários. Havia várias versões quanto à origem do avião.

Assim, é um fato consumado que em 2009 a Ucrânia vendeu à empresa privada norte-americana Pride Aircraft dois aviões desarmados Su-27UB. Em 6 meses, os americanos fizeram as máquinas entrar em serviço e postaram vídeos de voos no YouTube, depois do que anunciaram que as aeronaves teriam sido vendidas e não estavam mais em acesso. O nome do proprietário não foi desvendado, mas há versões de que na realidade teria sido o Pentágono que ficou com os aviões.

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Além disso, a mídia norte-americana falou várias vezes sobre relatos não confirmados sobre a alegada compra de dois Su-27SK pelas autoridades estadunidenses a um dos países da África, tanto mais que antigamente estes foram fornecidos à Etiópia. Para mais, outros Su-27, também segundo dados não confirmados, teriam sido recebidos da Bielorrússia em 1996.

Afirmava-se também que, além dos aviões Sukhoi, após o colapso da URSS os EUA ficaram com mais de duas dezenas de caças MiG-29 do Leste europeu e das ex-repúblicas soviéticas. É de assinalar que todos eles, de jure, também pertenciam a empresas privadas.

De qualquer maneira, o núcleo do parque dos "agressores" é constituído pelos aviões norte-americanos F-5, F-15, F-16 e F/A-18. Pela sua pintura, não é difícil entender quem, para a Força Aérea dos EUA, é o inimigo mais provável.

PAK FA de F-5

A sede principal dos "agressores" é a base de Nellis. Julgando pelas fotos de satélite mais recentes, os aviões F-16 e F-15 aqui estacionados estão pintados principalmente com cores da aviação russa e também iraniana.

De acordo com vários especialistas norte-americanos, também se trata de aeronaves da encomenda do Paquistão que ficou sob embargo dos EUA há vários anos.

Já a esquadrilha dos "agressores" no Alasca, por motivos claros, prefere exclusivamente a pintura russa, pois lá se podem ver 12 caças F-16 em cores azul e cinza imitando os MiG-29 russos.

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Mas o "vencedor" na mestria de copiação dos equipamentos russos é a base Top Gun, escola de treinamento de pilotos da Marinha dos Estados Unidos, onde um caça F-5 Tiger foi pintado escrupulosamente para se parecer com o novíssimo avião russo Su-57 (PAK FA).

Pressão psicológica

Além do aspecto visual, os "agressores" também simulam a compostura e a tática dos pilotos do inimigo, pois para a Força Aérea dos EUA, isto representa um aspecto psicológico importante.

Foi ainda na época da Segunda Guerra Mundial que os norte-americanos repararam que, ao se encontrarem com o inimigo pela primeira vez, a maioria dos pilotos jovens ficavam paralisados e os segundos perdidos lhes custavam a vida. Por isso, para o comando, os treinos regulares contra os "agressores" devem fazer os pilotos estadunidenses se acostumarem a tal tipo de confrontação.

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