O jornal estadunidense The Wall Street Journal informou, citando funcionários do governo, que a Administração de Trump pretende criar uma força árabe que substitua os militares norte-americanos na Síria.
Segundo o jornal, a iniciativa tem por objetivo evitar um "vazio na área de segurança" na Síria que possa estimular os terroristas do Daesh a voltarem à região.
Especialista em mundo árabe e oriental e doutor em História, Boris Dolgov, comentou os planos de Washington e seus objetivos em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.
O analista sublinha que esta não é a primeira vez que os EUA tentam criar na região uma coalizão árabe pró-americana, que foi batizada pela mídia de "OTAN árabe", mas aquela iniciativa não deu certo.
"Agora estamos vendo outra tentativa para organizar algum projeto parecido visando alcançar os fins dos EUA na Síria: derrubar o governo de Bashar Assad, que não é do agrado dos EUA, e provavelmente dividir a Síria", comentou Dolgov, acrescentando que Washington procura envolver na iniciativa em primeiro lugar tais países como Arábia saudita, Qatar, Jordânia e outros Estados do golfo Pérsico.
Porém, em qualquer caso, os EUA não conseguirão convencer os países árabes a enviar um número significativo de militares à Síria, mas não descarta o envio de forças especiais.
Para Dolgov, o possível envio de forças especiais árabes poderá ajudar os Estados Unidos a atingirem seus objetivos na Síria.
"As forças especiais árabes, caso sejam enviadas, também poderão desempenhar um certo papel para os EUA atingirem seus objetivos na Síria e fortalecerem o controle sobre territórios onde já estão presentes os norte-americanos e grupos armados que estão operando sob sua égide", concluiu o especialista.
Anteriormente, a Casa Branca declarou que os EUA pretendem deixar a Síria o mais rápido possível. Ao mesmo tempo, a embaixadora dos EUA na ONU, Nikky Haley, ressaltou que as tropas estadunidenses não abandonarão a região até que cumpram suas tarefas, inclusive derrotar o Daesh, assegurar que as armas químicas não representam uma ameaça para os Estados Unidos e monitorar as atividades do Irã.