"Se não houver trânsito pelo território da Ucrânia, a probabilidade de um conflito em grande escala entre a Rússia e a Ucrânia também está aumentando", disse o diretor comercial da Naftogaz, Yuri Vitrenko, ao site 112.
"Os políticos europeus precisam entender não apenas as consequências econômicas para a Ucrânia, mas também as consequências geopolíticas para o mundo inteiro", acrescentou o dirigente da principal empresa de gás da Ucrânia.
O contrato de trânsito de gás entre Kiev e Moscou expira em 2019. A Gazprom disse na terça-feira que o contrato não será prorrogado sob quaisquer circunstâncias. A empresa acrescentou que o trânsito de gás pode permanecer, mas somente se a Ucrânia fornecer as condições necessárias para isso.
"Agora a bola está do lado ucraniano. Deve justificar a atratividade econômica e a possibilidade de transitar pela Ucrânia", justificou o vice-presidente do Comitê de Gestão da Gazprom, Aleksandr Medvedev.
A Rússia quer cortar significativamente o seu trânsito de gás através da Ucrânia e redirecioná-lo através da extensão do atual gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte) da Rússia para a Alemanha sob o Mar Báltico.
Moscou diz que Kiev provou ser um parceiro não confiável nos trânsitos de gás ao longo dos anos. Parte do gás para a Europa também pode ir através do gasoduto Turkish Stream, atualmente em construção.
Quando os dois oleodutos estiverem concluídos, o trânsito pela Ucrânia deverá cair mais de 80%, segundo o CEO da Gazprom, Aleksey Miller. Ele acrescentou que a Gazprom não pretende ajudar os países vizinhos a restaurar suas economias às suas próprias custas.