"Sem dúvida alguma, o que a Rússia está fazendo é frustrar o plano [dos EUA] de aplicar a doutrina de Estado-pária à Síria com o fim de conseguir um objetivo estratégico, que é a localização geográfica que a Síria ocupa", afirmou Fernández à Sputnik Mundo.
Este interesse se deve, de acordo com o militar, à energia, ao gás em particular, aos recursos estratégicos e vias estratégicas nesta região.
Fernández acha que "o compromisso da Rússia […] de colaborar para evitar o terrorismo internacional realmente consistiu em evitar que um país de outro continente tente semear a desestabilização financiando grupos que acabam sendo terroristas […] que foram originados pelo financiamento e por toda uma operação política muito bem montada no quadro da doutrina de Estados-párias."
Na opinião do militar venezuelano, foram os Estados Unidos que estimularam o surgimento dos terroristas na Síria, treinando-os e apoiando-os com armas. As ações dos EUA na Síria, opina, é o mesmo que já fizeram antes no Afeganistão e no Iraque.
"Se voltarmos no tempo, veremos qual foi o pretexto para justificar o bombardeamento cruel no Afeganistão, foi a figura do homem que eles mesmos treinaram, Osama bin Laden", destacou.
Fernández afirma que Washington pretende fazer o mesmo com a Venezuela, que supostamente ameaça os seus interesses.
"O mesmo querem fazer na Venezuela com o decreto Obama, ratificado em várias ocasiões pelo presidente Donald Trump, de que a Venezuela representa uma ameaça à segurança dos interesses dos EUA", notou.
Em 14 de abril, os Estados Unidos, o Reino Unido e a França realizaram um ataque com mísseis contra a Síria. O ataque foi motivado por um suposto ataque químico na cidade síria de Douma por parte das tropas sírias.