"A medida que as posições das forças ocidentais na Síria enfraquecem, eles tentam usar várias estratégias para se fixar na região. Como exemplo pode ser referida a última medida dos EUA, França e Reino Unido em relação à Síria, as suas tentativas de aumentar a presença no território sírio", ressaltou a analista.
Em meio aos avanços das forças governamentais sírias, o Ocidente, em especial os EUA, tem que fazer algo para reforçar as suas posições. "Querem ter um grande trunfo nas mãos. E os seus passos contra o Irã podem ser classificados deste ponto de vista, já que Israel chama constantemente o Irã de principal e mais séria ameaça, com o apoio da Arábia Saudita e de outros países do Golfo Pérsico", frisou Hamide Yigit.
Ela notou que na agenda da região estamos observando a deslocação da ênfase do problema do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia) para as tensões entre os EUA, com os seus aliados, e o Irã. "Antes, nas discussões das forças ocidentais e seus parceiros sobre a situação na região, o Daesh sempre foi classificado como ameaça principal, mas agora, em vez dele, no primeiro plano começa a estar ativamente o 'fator iraniano'".
"Logo que as posições dos aliados ocidentais na Síria começam a enfraquecer, os EUA começam sua retórica predileta de incitar os países da região para mais um conflito militar, e Israel demonstra a força, usando a tática de ataques pontuais", precisou Hamide Yigit.
Ela indica que as fontes locais não descartam a possibilidade de uma operação de grande escala contra as forças governamentais sírias. "Nesta situação, os EUA não vão participar diretamente dos confrontos, vão sim tentar fazê-lo com ajuda dos restantes grupos radicais, aos quais vão prestar a assistência necessária, bem como com a ajuda das forças armadas dos países regionais, que irão sofrer perdas reais no caso de confrontos encarniçados", disse a especialista.
Ao concluir, ela enfatizou que acabarão por ser os países da região a pagar por tudo, em especial a população local.