"O acordo não está morto. Há uma retirada americana do acordo, mas o acordo ainda está lá", disse Jean-Yves Le Drian à rádio RTL na quarta-feira, falando horas após o presidente dos EUA, Donald Trump, se recusar a recertificar o acordo de 2015 com Teerã.
O documento, assinado durante o governo de Barack Obama, restringiu o programa nuclear do Irã em troca do levantamento de sanções.
Paris "lamenta profundamente" o movimento de seus aliados ocidentais, que Le Drian chamou de "uma ruptura com o compromisso internacional", acrescentando que a situação no Oriente Médio pode ser comprometida, já que a decisão de Washington traz "um risco real de confronto".
O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, também condenou a decisão de Trump de oferecer "nenhuma alternativa" ao acordo de "trabalho", segundo a Agência Reuters.
A França foi um dos signatários do acordo negociado com o Irã, intermediado pelas potências do P5 + 1 (China, França, Rússia, Reino Unido, EUA e Alemanha) em 2015.
Os outros signatários europeus não apoiaram a retirada dos EUA, com os líderes do Reino Unido, França e Alemanha expressando "arrependimento e preocupação" e pedindo moderação. Eles também afirmaram que continuarão aderindo ao acordo e conclamaram Washington a "garantir que as estruturas do JCPOA possam permanecer intactas".
O compromisso das outras partes com o JCPOA pode permitir que Teerã permaneça no acordo, de acordo com o presidente iraniano Hassan Rouhani, que acusou Trump de travar "uma guerra psicológica" que o Irã não permitirá que ele ganhe.