Ao todo, 20 organizações brasileiras encaminharam o pedido à CIDH. Em entrevista à Sputink Brasil, Edson Diniz, diretor da Associação Redes da Maré, uma das organizações que entraram com o pedido junto à Comissão, reitera que o Governo precisa dar uma resposta à sociedade.
"É preciso denunciar isso!", afirma ele. "O Governo precisa dar uma resposta à sociedade o mais rápido possível. A morte da Marielle precisa ser esclarecida, para dizer que a sociedade não tolera esse tipo de ação", enfatiza Edson Diniz, que foi professor da vereadora criada no Complexo da Maré.
O assassinato da parlamentar do PSOL completa 2 meses na segunda-feira, 14, e ainda não houve indiciamento dos responsáveis. Além do caso Marielle e Anderson, o Governo brasileiro é questionado sobre a constitucionalidade da intervenção federal na segurança do Rio, as supostas violações dos Direitos Humanos ocorridas neste período e o assassinato de jovens negros.
"A juventude negra é a que mais morre nesses confrontos, a partir da ação tanto de grupos criminosos, quanto das forças de segurança", diz Edson Diniz. "Todos os dados apontam para um verdadeiro genocídio dessa população. O Governo precisa ser responsabilizado para tomar ações preventivas que evitem que a gente perca gerações de jovens negros oriundos das favelas e periferias do Rio de Janeiro."
As organizações presentes na audiência na OEA solicitaram aos comissários da CIDH uma visita ao Brasil e uma recomendação ao Estado brasileiro quanto à adoção de um modelo de segurança pública que respeite os direitos humanos e atue na prevenção e redução da violência, incentivando o controle interno, externo e social da atividade policial.