A missiva foi assinada pelo ex-presidente da França François Hollande e da Espanha José Luis Rodriguez Zapatero, além do ex-primeiro-ministro da Bélgica Elio Di Rupo e três ex-presidentes do conselho de ministros da Itália: Enrico Letta, Massimo DÁlema e Romano Prodi.
Na carta, eles afirmam que Lula deveria "se submeter livremente ao sufrágio do povo brasileiro" e o petista é "incansável arquiteto da redução das desigualdades no Brasil, defensor dos pobres de seu país". O texto também afirma que Dilma Rousseff foi "eleita democraticamente por seu povo" e que sua "integridade" nunca foi questionada. A carta foi publicada no site oficial de Lula.
O professor da FGV Antônio Gelis enxerga a questão com ceticismo. Ele ressalta que a carta tem como endereço, na verdade, o próprio público europeu: "são políticos falando para seu público interno". Gelis também diz existe uma "dependência psíquica assombrosa da opinião de alguns países sobre o Brasil" e que a carta não respeita o princípio da "não interferência" nos assuntos internos de cada país.
"Essa ingenuidade dos brasileiros que acreditam que estrangeiros ligados a estruturas de poder nos seus países estão dizendo isso pensando no bem do Brasil, isso é inaceitável", disse Gelis em entrevista à Sputnik Brasil.