"Com a retirada da América, as expectativas públicas no Irã para com a União Européia aumentaram, no sentido de manter os ganhos do acordo. No atual contexto, o apoio político europeu ao acordo não é suficiente", disse Mohammad Javad Zarif ao comissário europeu da Energia, Miguel Arias Cañete, em Teerã, segundo IRNA.
O ministro destacou a falta de consistência entre o apoio expresso ao acordo pela UE e a possível saída de empresas europeias do país muçulmano.
"O anúncio de que, possivelmente, as principais empresas europeias cessariam a sua cooperação com o Irã não é consistente com o compromisso da União Européia em implementar [o acordo nuclear]", afirmou Zarif.
Dias antes das negociações com seus colegas europeus em Bruxelas, o chefe da diplomacia iraniana afirmou que, em função da retirada dos Estados Unidos do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), também conhecido como acordo nuclear com o Irã, o país muçulmano quer garantias de benefícios econômicos por manter compromisso com o documento.
O presidente dos EUA, Donald Trump anunciou a decisão de deixar o acordo, ao alegar "falhas" no documento, que devem ser corrigidas. Após a decisão de Trump, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro aplicou sanções contra nove indivíduos e entidades iranianas relacionadas à Guarda Revolucionária do Irã.
A medida foi fortemente criticada por outros signatários do acordo: Moscou, Londres, Pequim, Paris, Berlim e Bruxelas, que confirmaram seu compromisso com o documento.
Mais cedo esta semana, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou que o bloco estava planejando aplicar uma lei de 1996 que proibirá o cumprimento por empresas europeias de qualquer sanção norte-americana contra Teerã.