Ucrânia fracassa em suas aspirações espaciais

© Sputnik / Oleg Urusov / Acessar o banco de imagensPreparativos para lançamento de um foguete portador ucraniano Zenit (foto de arquivo)
Preparativos para lançamento de um foguete portador ucraniano Zenit (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A Ucrânia e a União Europeia têm desenvolvido a colaboração na área espacial, contudo, nos últimos anos vários projetos ucranianos foram suspensos. Aleksei Leonkov, especialista na área da indústria militar e espacial comentou à Sputnik sobre as perspectivas da indústria espacial ucraniana no futuro próximo.

"As decisões da Ucrânia em relação ao desenvolvimento na indústria espacial, após o colapso da URSS, podem ser descritas como controversas. Anteriormente, previa-se uma integração progressiva com a indústria espacial russa; desta forma, a indústria da Ucrânia poderia sobreviver", explicou à Sputnik Mundo Aleksei Leonkov.

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De acordo com ele, o país tinha chances de efetuar o lançamento do seu próprio foguete espacial através de um acordo com o Cazaquistão, por exemplo, mas não o fez.

O programa de desenvolvimento de mísseis balísticos na Ucrânia foi eliminado na década de 90. Conforme o memorando de Budapest, do território ucraniano foram retiradas as armas nucleares herdadas da URSS, recordou o analista.

"Há algum tempo eles participaram do lançamento de foguetes Dnepr, colocando satélites na órbita próxima da Terra. Junto com os foguetes, acabou o programa de mísseis", apontou o analista.

Após os distúrbios de 2014, todas as capacidades e tecnologias espaciais da Ucrânia "foram reduzidas a zero", segundo Leonkov.

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"É que a Rússia não precisa dessas tecnologias, os europeus também não […] Todas as declarações de Kiev sobre a criação de seu próprio cosmódromo e de um programa espacial são percebidas com muito ceticismo, e até causam um sorriso irônico", disse.

Aleksei Leonkov explicou que a criação de uma indústria espacial própria exige recursos financeiros consideráveis. Ele enfatizou que tais países como a Alemanha, França e Reino Unido desenvolvem seus programas espaciais através de um programa espacial conjunto.

"Os voos espaciais são muito caros. Em essência, é um negócio deficitário que precisa de dotações orçamentárias. Se nós compararmos o peso de uma carga com o peso de um foguete portador, veremos que o coeficiente de eficiência energética do último não supera 4%, o que o assemelha a uma locomotiva a vapor", frisou.

De acordo com o especialista, nenhum país é capaz de avançar com seu programa espacial sem recursos orçamentais já que ele exige gastos enormes.

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"Os voos espaciais não proporcionam tal lucro como a produção de aviões ou carros. O espaço é uma coisa muito cara. Existem formas de barateá-los, porém, ao longo dos últimos 60 anos nós lançamos satélites através de foguetes portadores, ou seja, de forma antiga", assinalou.

Leonkov deu como exemplo o lançamento de foguetes Zenit no âmbito do projeto Sea Launch (Lançamento Marítimo, em tradução livre). O custo de uma operação corresponde aproximadamente a US$ 70 milhões (R$ 261 milhões).

Mesmo se esses lançamentos gerem lucros, todos os gastos adicionais, como os custos de manutenção, reduzem sua eficiência econômica a zero, enfatizou o analista.

"Em outras palavras, para obter lucro, os lançamentos maciços teriam que ser feitos de forma como os efetuavam na URSS. Vale recordar que, nos anos 1970, a União Soviética realizava três vezes mais lançamentos [por ano] que os Estados Unidos", apontou.

No dia 29 de maio, a Agência Espacial Ucraniana e a Comissão Europeia fecharam um acordo de cooperação. Segundo ele, Kiev dará ao programa europeu Copernicus acesso completo, aberto e livre aos dados de seus satélites que monitorizam a água e a atmosfera da Terra.

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Atualmente, Kiev planeja investir recursos orçamentários na realização de projetos espaciais para fins científicos e militares, bem como na modernização dos sistemas de navegação espacial.

De fato, a Ucrânia suspendeu a sua participação do projeto Sea Launch em 2014. Kiev fornecia foguetes portadores Zenit 3SL. Os planos de Kiev para reiniciar sua participação do programa ainda não estão claros.

A Agência Espacial da Ucrânia gastou mais de metade dos recursos orçamentários que recebeu em 2017 – mais de US$ 57 milhões (R$ 212 milhões) – para reembolsar o crédito que havia investido na criação de um sistema de comunicações via satélite.

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