Segundo a edição norte-americana The Foreign Policy, os EUA e seus aliados devem lançar os fundamentos para a oposição venezuelana derrubar o governo de Maduro. Os especialistas norte-americanos sublinham que "o regime de Maduro" está à beira do colapso, tendo em consideração a situação econômica difícil, o baixo nível de participação das eleições presidenciais em 2018 e a discordância entre os militares e o governo.
"A solução militar está para além das normas do direito internacional […] É pouco provável que a maioria dos países da América Latina apoie a solução militar. Duvido que a União Europeia concorde com essa solução, porque os países da União Europeia apelam para a regularização política do problema. Além disso, a própria solução militar poderia provocar a escalada do conflito na vizinha Colômbia onde há pouco começou, mais ou menos, a ser realizado um processo de paz. As consequências seriam imprevisíveis", opinou ele.
Para já, trata-se de mais uma forma de pressão, mas Washington não se atreve a desencadear um conflito militar na Venezuela.
Em 5 de junho, a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou uma resolução para suspender a Venezuela da organização. Maduro, por sua vez, declarou que seu país não vai participar das cúpulas da OEA.
"Além disso, segundo a Carta da Organização dos Estados Americanos, é impossível excluir um país da organização, a Carta não prevê isso. Por isso, ao contrário da crença popular, mesmo Cuba não foi formalmente expulsa da OEA, na resolução se trata da suspensão do governo cubano da organização", explicou ele.
"A questão principal é saber se o governo de Nicolás Maduro tem suficiente dinheiro para garantir a lealdade de seu exército. A lealdade do exército é um dos fatores principais de manutenção de seu governo no poder. Enquanto o exército o apoiar, não precisa temer. O exército participa da distribuição de alimentos, não passa fome e isso é bastante. Se o dinheiro faltar – um sinal de alarme para o governo de Maduro é que a China pela primeira vez em muitos anos não concedeu crédito à Venezuela – Nicolás Maduro ficará em uma situação incerta", opinou.
De acordo com Jeifets, hoje a maior ameaça para a Venezuela é a pressão econômica. O país está atravessando uma crise profunda, que pode ser comparada a uma catástrofe humanitária. Para lidar com a crise econômica, o país precisa de reformas sérias e de grande volume de dinheiro.