Clinton fez um discurso no Trinity College em Dublin, na Irlanda, onde recebeu um diploma honorário nesta sexta-feira.
Falando para uma platéia de estudantes, ela criticou o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin.
"Vladimir Putin se posicionou como o líder de um movimento autoritário, da supremacia branca e da xenofobia, que quer acabar com a UE, enfraquecer as alianças tradicionais dos EUA e minar a democracia", disse Clinton.
Em 2016, Vladimir Chizhov, enviado russo na UE, disse que a Rússia deseja que a UE permaneça intacta e que se torne forte.
"Queremos ver a UE unida, poderosa, com uma atitude positiva em relação ao nosso país e, o que é importante, mais independente na tomada de decisões", disse ele na época. Ele reiterou essa posição em março de 2017.
Em fevereiro de 2018, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, também reiterou a posição de Moscou em relação à UE.
"Queremos ver a Europa poderosa e estável. Este é nosso maior parceiro comercial e econômico, apesar de todos os acontecimentos dos últimos três anos que todos conhecemos. A Europa continua sendo nossa maior parceira — e parceira de investimentos", disse ele à Euronews.
Clinton mais uma vez afirmou que a intromissão russa foi a razão de sua derrota nas eleições. Ela disse que a interferência de Moscou na eleição presidencial de 2016 foi "mais do que alarmante" e ameaçou todas as democracias, de acordo com um relatório do site de notícias irlandês RTE.
Clinton também criticou Trump, dizendo que o atual governo está "determinado a travar uma guerra contra o estado de direito", "solapando a verdade e a razão" e "perpetrando corrupção descarada".
Antes do discurso, Clinton se reuniu com o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, para discutir "questões de igualdade de gênero", segundo a edição irlandesa do Independent. O povo irlandês, em 26 de maio, votou em massa pela descriminalização do aborto.