Segundo Mourdoukoutas, a mesma mensagem foi enviada por Washington ao Japão em 22 de setembro de 1985. Os EUA, junto com a França, Alemanha, Reino Unido e Japão, firmaram o Acordo de Plaza que previa a depreciação do dólar em relação ao iene japonês e ao marco alemão para resolver o problema do déficit comercial norte-americano.
O professor lembra que, depois da assinatura desse acordo, a economia do Japão teve uma excelente melhora. No entanto, a longo prazo, os efeitos do acordo sofreram repercussões negativas para o país asiático e, consequentemente, a economia entrou em prolongada estagnação, um período conhecido como a "década perdida" e que persiste até hoje.
Neste sentido, o professor opina que não está claro se a China poderia sofrer o mesmo destino do Japão, porque, embora o gigante asiático não tenha os problemas demográficos do Japão, ele não tem o mesmo espírito inovador.
Em particular, ele recorda que, como os bancos chineses são geralmente estatais, os empréstimos são alocados por um "mandato político" e não pelas "forças de mercado".
Além disso, a falta de um sistema eficaz de assistência social requer a manutenção de altas taxas de poupança, o que é agravado pela enorme dívida da China.
Ao mesmo tempo, segundo destaca o professor, o que definitivamente distingue a China do Japão é o fato de que Pequim historicamente sabe como resistir à "pressão do comércio exterior", apesar de não estar claro se os mercados financeiros "estão preparados" para esse cenário.