Jara, de 40 anos, foi preso no dia seguinte ao golpe de 11 de setembro de 1973, apoiado pela CIA, que derrubou Salvador Allende e instalou Augusto Pinochet como ditador.
O corpo do cantor foi encontrado dias depois — com 44 tiros. Ele tinha sido detido, juntamente com cerca de 5.000 outros presos políticos, em um estádio de Santiago, onde foi torturado e morto.
Victor Jara teve seus dedos esmagados e quebrados.
"O juiz Miguel Vazquez Plaza condenou nove membros da reserva do Exército por sua responsabilidade no homicídio do cantor Victor Jara e do ex-diretor prisional Littre Quiroga Carvajal, em setembro de 1973, em Santiago", disse um comunicado do Judiciário.
A condenação por sequestro rendeu mais 3 anos de pena para todos os acusados.
Um nono oficial recebeu cinco anos e um dia por participar dos assassinatos, e 61 dias por seu papel como cúmplice dos sequestros.
O cantora pacifista, cujas letras falavam de amor e protesto social, tornou-se um ícone da música popular latino-americana. Jara foi casado com a dançarina britânica Joan Turner, com quem teve duas filhas.
Pinochet governou o Chile até 1990 e morreu em 2006 sem nunca ter sido condenado pelos seus crimes.
Em 2009, as autoridades judiciais chilenas ordenaram a exumação dos restos mortais de Jara. Ele foi enterrado em uma cerimônia oficial com a presença da então presidente Michelle Bachelet.
O estádio onde Jara foi detido e sofreu hoje leva seu nome.