Em uma carta distribuída às embaixadas estrangeiras e à ONU, e obtida pela Reuters, o presidente da NOC Mustafa Sanalla descreveu um aumento nas tentativas de facções do leste de vender petróleo após a tomada de importantes campos de extração e exportação.
Desde 2014, as potências ocidentais e o Conselho de Segurança da ONU apoiam a NOC como a única produtora e vendedora legítima de petróleo líbio, advertindo que as exportações ilícitas podem levar a uma maior fragmentação de um país já dividido.
Mas a carta de Sanalla diz que uma NOC falsa, chamada Benzaghi NOC, está vendendo petróleo na cidade de Benghazi, sob as ordens de Faraj Said, chefe da empresa desde agosto passado. O objetivo da empresa falsa é "ganhar o controle do petróleo líbia", escreveu Sanalla.
A produção caiu de pouco mais de um milhão de barris por dia (bpd) para 850 mil bpd após petroleiros da NOC terem sido impedidos de serem carregados, após o fechamento dos portos de Zueitina e Hariga. O Exército Nacional Líbio de Khalifa Haftar também impediu a NOC de reabrir os portos petrolíferos de Ras Lanuf e Es Sider.
O impasse é parte de um conflito mais amplo que se desenvolveu após o levante apoiado pela Otan contra Muammar Kadhafi sete anos atrás. Facções alinhadas com governos rivais no leste e no oeste competiram pelo poder desde as disputadas eleições de 2014.
Cerca de três quartos da produção de petróleo da Líbia é baseada no leste, mas as vendas e receitas do petróleo passam por Trípoli, sede de um governo interino apoiado internacionalmente.
Alguns no leste reclamam há muito tempo que recebem muito poucos dólares, e as autoridades em Trípoli contestam isso.