"O Japão se apresenta como única vítima de bombardeamentos nucleares no mundo, se manifestando contra a posse e o uso de armas nucleares. Entretanto, ao longo dos anos, o Japão tem tentado realizar suas ambições de [possuir] armamento nuclear, tendo começado as pesquisas neste campo ainda na década de 30", diz-se no documento divulgado pela Agência Central de Notícias da Coreia, KCNA, nas vésperas do aniversário de bombardeamento norte-americano de Hiroshima, ocorrido em 6 de agosto.
"Hoje em dia, no mundo há 518 toneladas de plutônio, 47 das quais cabem ao Japão. O arsenal nuclear japonês e uma catástrofe nuclear global são apenas uma questão de tempo", adianta-se no comunicado norte-coreano.
Além disso, as autoridades norte-coreanas criticaram o acordo assinado entre o Japão e os EUA sobre o uso de energia atômica com fins pacíficos que foi automaticamente prorrogado em julho deste ano.
"Ao prolongar o acordo nuclear, o Japão e os EUA prorrogaram deste modo seus crimes contra a humanidade", conclui-se no documento.
A parte norte-coreana sublinha que, se os EUA realmente querem realizar a desnuclearização da península coreana, têm que resolver o problema do plutônio acumulado por Tóquio.
Vale ressaltar que o respectivo tratado nipo-americano, assinado em 1956 e prolongado várias vezes, constitui uma das pedras angulares no relacionamento entre Tóquio e Washington.
Em 12 de junho, Singapura acolheu a cúpula histórica entre Kim Jong-un e Donald Trump, que culminou com a celebração da declaração conjunta sobre a desnuclearização completa da península da Coreia em troca de garantias de segurança pelo lado norte-americano. Porém, as cláusulas do acordo não estão sendo realizadas.