A pesquisa conduzida na Universidade da Flórida Central, em Orlando (EUA) questionou a União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) que em 2006 estabeleceu uma definição de um planeta que precisava "limpar" sua órbita de outros objetos, ou, em outras palavras, ser a maior força gravitacional em sua órbita.
Devido à influência da gravidade de Netuno sobre Plutão, este ficou de fora da norma em questão. Além disso, o menor planeta do Sistema Solar também compartilha sua órbita com gases e objetos no Cinturão de Kuiper.
"A definição da IAU indica que o propósito fundamental de ciência planetária – o planeta – é definido com base em um conceito que ninguém usa em sua pesquisa", explicou Metzger, acrescentando que dessa maneira "o segundo planeta mais complexo e interessante do Sistema Solar" é deixado de lado.
Além disso, ele enfatizou que existem "mais de 100 exemplos recentes de cientistas planetários que usam a palavra planeta de um modo que viola a definição da IAU".
"Eles não disseram o que querem dizer ao limpar sua órbita. Se isso for interpretado literalmente, então não há planetas, porque nenhum planeta limpa sua órbita", defendeu.
Metzger observou que a definição de um planeta deve estar vinculada às suas propriedades intrínsecas e não com características variáveis, como as dinâmicas da órbita, que "não são constantes", mas "estão em constantes mudanças".
Por isso, ele recomendou classificar um planeta levando em conta se ele é grande o suficiente para que sua gravidade permita manter uma forma esférica.
O cientista lembrou que Plutão tem um oceano subterrâneo, compostos orgânicos, uma atmosfera de múltiplas camadas, evidência de lagos antigos, assim como múltiplas luas.
"Ele [Plutão] é mais dinâmico e vivo do que Marte. O único planeta que tem uma geologia mais complexa é a Terra", concluiu.