O polêmico livro intitulado "Aquisição hostil: como o islamismo impede o progresso e ameaça a sociedade" alcançou o primeiro lugar na lista de não-ficção da revista alemã Der Spiegel depois de estar no mercado por menos de 2 semanas.
O livro é uma crítica do Islã como religião, que o autor vê como prejudicial para as pessoas que o compartilham, com base em uma leitura literal do Alcorão.
Escrito por um ex-político do partido SPD e ex-membro da diretoria executiva do Bundesbank, Thilo Sarrazin, o trabalho surge 8 anos após a publicação anterior de Sarrazin sobre os muçulmanos intitulada "A Alemanha se abole". Concentrando-se no que ele chamou de fracasso das políticas de multiculturalismo, esse livro acusou os imigrantes árabes e turcos de "emburrecer" a sociedade alemã e vendeu 1,5 milhão de cópias.
Falando antes do lançamento de seu último trabalho no mês passado, Sarrazin proclamou que "tudo tem sido pior do que eu previ há 8 anos".
O lançamento de "Aquisição hostil" ocorre durante um período de intensas tensões na Alemanha, com muita atenção pública focada em crimes cometidos por imigrantes. Tudo começou com o assassinato de um homem na cidade de Chemnitz, em agosto, que desencadeou protestos maciços contra a imigração em algumas partes do país, com violentos confrontos entre manifestantes de esquerda e de direita.
Chamando o Islã de "ideologia da violência sob a aparência de uma religião", o mais recente trabalho de Sarrazin tinha um caminho um pouco irregular para as prateleiras. A editora norte-americana Random House, que assinou um acordo com Sarrazin em novembro de 2016, recusou-se a imprimir em maio, levando a uma ação judicial do autor.
O manuscrito foi escolhido pela FinanzHotels Verlag, com sede em Munique, uma editora que normalmente é especializada em livros de não-ficção que tratam de negócios e assuntos comerciais.
O novo trabalho de Sarrazin recebeu elogios no semanário alemão de direita Junge Freiheit, mas os principais veículos de mídia, tanto dentro quanto fora da Alemanha, criticaram o livro. Uma análise feita pela Deutsche Welle chamou-a de "quadro distorcido baseado no preconceito" e comparou a maneira de Sarrazin de ler o Alcorão com a dos grupos jihadistas.
O jornal The Financial Times, do Reino Unido, criticou sua "abordagem reducionista", levantando Sarrazin por sua falta de conhecimento do árabe e por não ser um teólogo ou erudito religioso.
As críticas não impediram que o livro se tornasse um best-seller na Amazon, mas receberam uma média de 4,3 de 5 das 264 avaliações feitas por compradores online.