"A Argentina já vinha com inflação elevada com problemas nas suas contas externas. Um aspecto interessante do comércio exterior da argentino é que ele é muito dependente do Mercosul e, em especial,do Brasil, onde aproximadamente um terço das suas exportações se dirigem. Então a crise econômica do Brasil afetou muito a Argentina, reduziu as exportações da Argentina daquele que era o seu principal parceiro comercial", disse em entrevista à Sputnik Brasil.
No entanto, apesar de dizer que "a crise brasileira está afetando mais a Argentina do que ao contrário", Luiz Carlos Prado falou que o melhor para o Brasil é a economia da Argentina ser retomada.
"É claro que na medida que a situação da Argentina piora, isso dificulta também a situação do Brasil, não ajuda a situação brasileira. Uma retomada da situação argentina implicaria um aumento da situação do Brasil e melhoria para ambos os países", ponderou.
Através de um panorama histórico, Luiz Carlos Prado explicou que a Argentina enfrentou muitas crises ao longo da história recente do país quando a nação foi governada por governos liberais.
"A Argentina tem um histórico antigo de crises econômicas que, em geral, surgem em momentos onde governos com viés de liberal assumem o poder. Ao analisar as grandes crises que a Argentina teve, na década de 70 com o governo militar, depois no período Cavallo, outra experiência de liberalização, e agora recentemente com o Macri", afirmou.
O projeção da UFRJ aproveitou a entrevista para fazer previsões sobre como vai ficar a economia argentina daqui para frente.
"A inflação da Argentina deve ser em 40% este ano, a taxa de câmbio na Argentina, que vinha rapidamente piorando as condições, o peso argentino se desvalorizando muito rápido, deve dar uma certa estabilizada agora. O cenário é mais plausível seria agora uma certa desaceleração da taxa de crescimento da inflação. A meta colocada pelo governo é muito ousada, eu não acredito não, mas que você possa ter alguma redução para a inflação do ano que vem eu acho plausível", completou.