A internet tem sido considerada por analistas um marco nessas eleições, repetindo fenômenos eleitorais dos últimos anos em grandes democracias. A ênfase, no entanto, tem sido dada à velocidade com que notícias falsas são espalhadas através de aplicativos de mensagens que podem ser filtrados, como é o caso do WhatsApp.
Entre mensagens falsas que foram flagradas surgem falsas checagens das imagens do protesto de meulheres contra Bolsonaro no sábado (29), imagens que mostram mamadeiras com bicos em formato de pênis supostamente distribuídas pelo PT a crianças, além de imagens com helicópteros e jatinhos do proprietário da Loja Havan, Luciano Hang, com pinturas e letreiros em apoio a Jair Bolsonaro.
Segundo o Datafolha, os eleitores que mais utilizam essas redes de trocas de mensagem para o compartilhamento de mensagens de campanha são os de Jair Bolsonaro (PSL), a uma taxa quase duas vezes maior que os eleitores de Haddad, por exemplo.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chegou a interferir contra notícias falsas disseminadas contra Fernando Haddad (PT) no Facebook. Porém, o grupo formado pelo TSE para combater esse tipo de notícia não colocou suas ações em prática.
Apesar disso, os debates e entrevistas têm gerado audiência para as televisões e se refletem no conteúdo discutido nas redes. Na quinta-feira (4), os candidatos à Presidência participaram do último debate televisionado, na Rede Globo. Estiveram presentes os principais candidatos nesta reta final de eleições: Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Heinrique Meirelles (MDB), Álvaro Dias (Patriota) e Guilherme Boulos (PSOL).
Apesar da restrição ao debate, Bolsonaro usou a semana final da campanha para dar entrevistas na televisão e fazer transmissões ao vivo na internet.
Durante o debate da Rede Globo, por exemplo, o candidato do PSL teve uma entrevista transmitida pela concorrente, a TV Record.
O impacto na audiência foi grande. A presença de Bolsonaro dobrou a audiência da Record naquele horário e garantiu a vice-liderança entre as transmissões. A líder foi a Globo, com uma larga margem, enquanto transmitia o debate.
Já nas redes sociais, enquanto era exibida a entrevista de Bolsonaro foi citada dezenas de milhares de vezes. Apesar disso, foi o debate da Globo que mais gerou repercussão. Enquanto o embate corria, Ciro Gomes e Bolsonaro foram os mais citados, além de um discurso de Guilherme Boulos sobre democracia e ditadura.
O que fizeram os 4 principais candidatos no Twitter
Nesta sexta-feira (5), Jair Bolsonaro usou as redes sociais algumas vezes. Na mais compartilhada, ele chama os eleitores para a "mudança".
O Brasil é gigante e honesto. O cidadão não aguenta mais ser massacrado enquanto premiam malfeitores. Não merecemos ser governados de dentro da cadeia ou por seus alinhados políticos. De Norte a Sul, a população exige mudanças urgentes! Estamos juntos nessa! 👍🏻
— Jair Bolsonaro 1️⃣7️⃣ (@jairbolsonaro) 5 de outubro de 2018
Fernando Haddad também se manifestou, falando sobre Fake News e atacando diretamente o candidato do PSL.
Nossa construção tem princípios muito sólidos que tem sido atacados, sobre tudo pelo Bolsonaro. Ele não tem compromisso com a democracia, não tem compromisso com a paz e não tem compromisso com a verdade. #HaddadÉ13 #HaddadPresidente
— Fernando Haddad 13 (@Haddad_Fernando) 5 de outubro de 2018
Já Ciro Gomes, que tem se chamado sua militância para tentar ir ao segundo turno contra Bolsonaro, divulgou uma caminha na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Estive hoje na Rocinha, no Rio de Janeiro. Criar empregos, diminuir a informalidade, garantir boas escolas e uma boa saúde é o que a comunidade pede. Não querem armas apontadas para suas casas. 📸 Leo Canabarro pic.twitter.com/vOlxZnaVDU
— Ciro Gomes (@cirogomes) 5 de outubro de 2018
Geraldo Alckmin manteve o tom de ataque aos dois candidatos líderes das pesquisas de intenção de voto.
Não queremos a tragédia de um 2º turno entre dois radicais. Nós vamos ao segundo turno e vencemos tanto Bolsonaro quanto o PT do Haddad. Os brasileiros já têm problemas demais. Não podemos ter um presidente que seja mais um problema. Quero ser presidente para trazer soluções!
— Geraldo Alckmin (@geraldoalckmin) 5 de outubro de 2018