Em estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os resultados das urnas destoaram em relação aos últimos levantamentos divulgados. A diferença, segundo Antônio Marcelo Jackson, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), está na metodologia utilizada por esses institutos.
"A pesquisa continua ter a sua validade, mas eu admito que a população coloque os dois pés atrás quanto a elas. O pesquisar e válido, é necessário mudar as variáveis, tendo a acreditar que quando se mantiverem variáveis de modelos que são usados em sociedades como a americana, inglesa, francesa ou qualquer outra que não seja a brasileira, essas variáveis tendem ao erro", explicou.
Antônio Marcelo Jackson justifica afirmando que os institutos levam em consideração somente variáveis econômicas, como por exemplo, questões sociais como o machismo e outras características que acabam influenciando o eleitor brasileiro que não estão necessariamente ligadas a condições sociais.
No sábado, o primeiro colocado para liderar o governo do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), com 41,3% dos votos, aparecia no Ibope com 12% dos votos válidos e com 11% no DataFolha. Eduardo Paes (DEM) liderava as pesquisas, com 32% pelo Ibope. O ex-prefeito da capital encerrou a etapa com 19,56% dos votos.
Em São Paulo, Márcio França (PSB) aparecia nas pesquisas com 18% dos votos. Mas obteve 21,5% dos votos e irá ao segundo turno contra João Doria (PSDB), que obteve 31,8%, em linha com os levantamentos dos principais institutos. Paulo Skaf (MDB), que aparecia com 30% dos votos, obteve, ao fim do primeiro turno, 21%.
"Não vamos condenar as pesquisas por causa disso, é da natureza delas, não tem o que fazer. Agora, é preciso manter uma mesma metodologia, na medida em que você vai reproduzindo resultados, você pode influenciar o eleitor, isso pode acontecer", completou Antônio Marcelo Jackson.
Na disputa pelo governo de Minas Gerais, o Ibope apontava 42% das intenções de votos válidos para o governo de Minas em Antonio Anastasia (PSDB), contra 25% de Fernando Pimentel (PT) e 23% de Romeu Zema (Novo). No final da apuração dos votos, Zema chegou ao segundo turno com 42,7% e vai enfrentar Anastasia, que conquistou 29% do eleitorado.