O sistema de mísseis, que pode disparar projéteis convencionais e nucleares a uma distância de 1.300 quilômetros, foi testado na segunda-feira pelo Comando de Forças Estratégicas do Exército (ASFC, na sigla em inglês). O teste do míssil balístico Ghauri foi elogiado pelo presidente paquistanês Arif Alvi e pelo primeiro-ministro Imran Khan.
"O lançamento consolida a capacidade nuclear do Paquistão, que visa à paz e estabilidade através de um regime de dissuasão credível", dizia o comunicado Inter-Services Public Relations (ISPR).
O teste acontece semanas depois de a Índia ter decidido se reunir com o Paquistão para discutir formas de garantir a paz e a estabilidade na região.
Inicialmente, a Índia aceitou o convite do primeiro-ministro paquistanês, mas recuou sobre o que seu ministro de Relações Exteriores classificou como "brutal assassinato" de três policiais nas mãos de militantes paquistaneses no início deste mês.
O Ministério de Relações Exteriores da Índia também citou a distribuição de selos postais do Paquistão supostamente glorificando o terrorismo como uma razão para a Índia se recusar a manter conversações.
O lançamento de mísseis com capacidade nuclear também segue o movimento militar da Índia, que assinou um contrato de US$ 5,4 bilhões para a compra de sistemas de mísseis S-400 da Rússia.
O acordo foi assinado pelo presidente russo, Vladimir Putin, e pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, quando os dois se encontraram na sexta-feira na capital da Índia, Nova Déli.
A Índia deve ficar inquieta com os testes de mísseis nucleares do Paquistão, já que seu país vizinho e inimigo de longa data já estava pronto para se tornar a quinta maior potência nuclear do mundo.
De fato, foi relatado em setembro que a capacidade nuclear do Paquistão tornou-se uma "considerável preocupação" para os EUA e outros países, já que suas ogivas deverão aumentar em número para entre 220 e 250 até 2025, segundo um novo estudo realizado como parte do Projeto de Informação Nuclear, supervisionado pela Federação de Cientistas Americanos.