Além disso, o analista afirma que a criação do chamado Forte Trump (designação proposta para a futura base) é vista de maneira totalmente diferente em Varsóvia e na OTAN.
Por outro lado, nas vésperas da reunião dos ministros da Defesa em Bruxelas, que ocorreu nos dias 3 e 4 de outubro, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou que não há qualquer necessidade de aumentar a presença militar dos EUA na Polônia.
Atualmente, a Polônia abriga cerca de 3.000 soldados americanos, mobilizados em sistema rotativo, além de um regimento de carros de combate, um destacamento da Força Aérea dos EUA composto por cinco caças F-22 Raptor e um sistema antimíssil em construção.
Jankowski explicou à Sputnik Polônia que "a declaração de Stoltenberg indica claramente que os planos da Polônia não estão relacionados com os planos da OTAN" e que "isso é apenas uma iniciativa proposta pelo governo, pelo presidente da Polônia, o qual, para ser mais preciso, não sugeriu tanto a manutenção das tropas americanas como o pagamento de uma espécie de tributo para ficar com o contingente dos EUA".
O cientista político faz um paralelo entre o esforço quanto à base em questão e o envolvimento da Polônia na guerra do Iraque, já que as tropas polonesas foram requisitadas pelos aliados americanos, independentemente de a OTAN não ter sido oficialmente mobilizada por Washington na operação do Oriente Médio, enfatizando que, "isso não é uma estratégia da OTAN, mas, sim, resultado de um acordo bilateral entre a Polônia e os EUA".
O fato não gera muito entusiasmo na União Europeia, que no momento tenta solucionar o conflito no leste da Ucrânia e reconhecer a reunificação da Crimeia com a Rússia. Entretanto, "enquanto eles [os poloneses] continuam com uma retórica agressiva direcionada a Moscou, podemos ver uma tendência de desanuviamento entre a UE e Rússia na Alemanha e em outros países […] Então, se a Polônia realmente negoceia com os EUA, ela pode fazê-lo fora da OTAN", afirma o cientista político.
"A Rússia não pode deixar de responder, visto que um país que possui o mais elevado potencial militar na região não pode ficar indiferente à mobilização de mais e mais forças nas proximidades das suas fronteiras, que, para além das referidas, incluem forças antitanque", disse o cientista político, acrescentando que "não estamos falando de uma qualquer divisão americana simbólica, estamos, sim, falando especificamente de uma divisão de tanques, ou seja, de uma unidade ofensiva. Não há dúvida que a Federação da Rússia irá responder, devendo esta resposta contribuir ainda mais para a campanha de propaganda que o atual governo polonês está realizando".