"A Anistia Internacional vê com preocupação o aumento de episódios de violência durante o período eleitoral que têm sido relatados em diferentes cidades do Brasil. Os casos já divulgados pela imprensa, e outros relatados pelas redes sociais e por sites criados para coletar informações sobre a violência no contexto eleitoral, demonstram que uma grande quantidade de agressões pode ter sido crimes de ódio, motivadas por discriminação racial, de gênero e de orientação sexual e identidade de gênero, ou ainda por razões de opinião política", escreveu a organização.
Segundo a Anistia, as autoridades brasileiras devem agir prontamente e com a devida diligência para "garantir que os casos de ataques e agressões no contexto eleitoral sejam investigados de forma célere, independente e imparcial, e que os responsáveis sejam levados à justiça", levando em consideração que "tais casos possam ter sido crimes de ódio motivados pela identificação ou associação indevida ou real da vítima com determinado grupo ou opinião política".
Ainda de acordo com a organização, alguns candidatos a cargos públicos nestas eleições emitiram declarações que fomentam um contexto de intolerância. Em alguns casos, "poderiam inclusive ser categorizados como de discurso de ódio, que incita a violência e a discriminação".
"O Brasil, como estado parte do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, tem a obrigação de implementar as medidas necessárias para combater toda forma de discriminação, inclusive por motivo de opinião política."
Nota pública da @anistiabrasil: casos de violência no contexto eleitoral devem ser investigados considerando a possibilidade de serem crimes de ódio. https://t.co/KnHUrtsK25#EleiçõesSemViolência pic.twitter.com/5N7dGEPR16
— Anistia Internacional 🕯 (@anistiabrasil) 17 de outubro de 2018