Uma fazenda ao sul de Antigua, na Guatemala, que produzia até 2013 umas 65 toneladas de café por ano, enfrentou um surto de fungo em 2012 que alaranjou as folhas do cafeeiro e, dois anos mais tarde, toda a plantação já estava afetada, passando, assim, a produzir apenas 12 toneladas, alertou o portal americano NPR.
Essa fazenda é apenas um dos exemplos do que poderia acontecer com todos os países exportadores do grão na América Latina.
You always hear about writer's block, but a writer's true arch-enemy is much more insidious, with a much cooler & more sinister sounding name:
— ★jakJONsun★ (@subjacktive) 17 de outubro de 2018
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Você já ouviu falar do bloqueio criativo de um escritor, mas o verdadeiro arqui-inimigo de um escritor é muito mais insidioso, com um nome muito mais legal e sinistro: Hemileia Vastatrix
Também chamado de roya, o fungo coloca o continente "na pior crise do café do nosso tempo", adverte o produtor guatemalteco Josué Morales.
A América Central está cheia de pequenas empresas domésticas de produtores de café que vendem seus grãos para empresas em todo o mundo, produzindo um total de 80% do café da região, e são estas lavouras que já então sendo atingidas pelo parasita.
Cerca de 70% dessas fazendas já estão sofrendo o poder destrutivo das pragas desse fungo, que conseguiu derrubar todo um império do café no século XIX, causando estragos nas plantações de café do Sri Lanka em 1879.
Suspeita-se que as pragas que estão causando estragos na América Central vieram do Sri Lanka, chegando através do mar à África e posteriormente atravessou o Atlântico e alcançou o Brasil, de onde se espalhou. A Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia está levando o assunto muito a sério, calculando perdas de 80% nas fazendas do país.
Apesar de que nos últimos anos a incidência da praga nas lavouras de café foi reduzida graças às novas tecnologias, o fungo ainda está ganhando a batalha. Seu impacto pode ser reduzido a certo ponto, mas não erradicado.
Cientistas alertam que variedades resistentes serão um problema, e que o fungo está evoluindo. Benoit Bertrand, um dos maiores geneticistas de café do mundo e membro do CIRAD (Centro Francês de Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento Internacional) alerta: "É só uma questão de tempo."