A confiança que havia entre o Ocidente e Oriente foi "perdida", gerando grande ameaça para todo o planeta, destaca.
Entretanto, caso a decisão dos EUA seja realmente cumprida, a Europa seria a primeira região a ser colocada em perigo. Reforçando a afirmação ao jornal Augsburger Allgemeine, Ischinger ressaltou que "a atual situação é a mais perigosa desde o fim da Guerra Fria".
Ischinger entende que a Europa passou a ser apenas um "brinquedo" nas mãos de atores estrangeiros, considerando a situação "lamentável". Com relação ao tratado INF, o diplomata assinalou que a Europa não deve poupar esforços para solicitar aos líderes da Rússia e dos EUA a permanecerem ou renovarem o tratado.
No momento, a Europa se encontra em uma situação onde os países estão divididos, dificultando consenso entre as partes.
Ischinger ressalta que o desenvolvimento das capacidades militares "é, sem dúvidas, importante" e que a principal ação seria melhorar as relações políticas e econômicas. Além disso, ele destacou que a "Rússia é uma potência militar", sendo fundamental para a Europa manter o diálogo com Moscou para que juntas possam resolver conflitos na Ucrânia e Síria.
O Tratado INF, assinado por Washington e Moscou em 1987, não tem data de expiração e proíbe as partes de ter mísseis balísticos terrestres ou mísseis de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.
Porém, em 20 de outubro deste ano, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que seu país abandonaria o Tratado INF, alegando supostas violações do acordo pela Rússia, acrescentando que os EUA aumentariam suas capacidades nucleares.