O deputado uruguaio de esquerda, Eduardo Rubio, declarou em diálogo com a Sputnik que posicionamento de oito aviões e de 400 militares representa de fato uma "pequena ocupação" do Uruguai pelas forças de Washington.
"A verdade é que não nos parece bem transformar Uruguai em uma base de operações militares do imperialismo norte-americano. Tampouco nos parece bem transformar o Uruguai em um alvo: se vierem com tanto poderio militar, é porque há algum problema", afirmou o deputado, acrescentando ser errado colocar Uruguai no meio de um problema que o país nem faz parte.
A polêmica ao redor da presença de tropas estrangeiras durante a cúpula do G20 foi gerada pelo projeto de lei sobre a autorização do ingresso de efetivos dos EUA e potencialmente de outros países de 26 de novembro a 3 de dezembro. Segundo a Constituição uruguaia, para adotar a lei, é necessária aprovação da maioria na Assembleia Geral.
"Estamos simplesmente na vizinhança da Argentina. Se a cúpula é na Argentina, por que não se instalar no seu território?", indagou.
Segundo informações, concedidas pelo governo à Assembleia Geral, em Montevidéu desembarcarão três aeronaves quadrimotoras de reabastecimento aéreo KC-135, dois aviões de transporte e três radares aéreos AWACS para dar "apoio logístico e segurança" à delegação, chefiada por Trump.
Explicando motivos de projeto, o governo alegou "importância da cúpula e curtos prazos para sua realização".
O presidente da Comissão da Defesa do Senado do Uruguai, Javier García, expressou preocupação com autorização da entrada de tropas estrangeiras. Em principio, ele não é contra a entrada de militares dos EUA, mas não está contente com o posicionamento de instalações de outros países sem autorização apropriada.
Eduardo Rubio lembrou que os EUA já posicionaram suas forças no Uruguai em 2007 durante a visita oficial do presidente norte-americano George W. Bush. Uruguai ficou "vários dias ocupado", comentou Rubio, citando palavras do general Victor Licandro.