Macron fez os comentários sobre o marechal Philippe Pétain em uma parada na cidade de Charleville-Mezieres. A programação é parte de sua turnê de seis dias por campos de batalha para marcar o centenário do fim da Primeira Guerra Mundial.
"O marechal Pétain também foi um grande soldado durante a Primeira Guerra Mundial", apesar de ter feito "escolhas fatais durante a Segunda Guerra Mundial", disse Macron. "Meu papel não é entender que é chocante ou comentar sobre as pessoas. Meu papel é tentar explicar, ser firme em minhas convicções, enfrentar nossa história."
Pétain levou o exército francês à vitória em Verdun em 1916, mas ganhou infâmia e uma condenação por traição por suas ações como líder da França sob a ocupação nazista. Ele é desprezado por sua cumplicidade no Holocausto e por sua participação na deportação de judeus franceses.
"Estou chocado com essa declaração de Macron", disse o presidente do CRIF, Francis Kalifat, à Associated Press.
"Pétain foi a pessoa que permitiu a deportação de 76 mil judeus franceses para campos de extermínio. Pétain assinou a [lei sobre] o status dos judeus que significava que os judeus eram excluídos da função pública, da educação e forçados a usar a estrela judia", acrescentou.
Kalifat disse que foi "um insulto" que um presidente francês pudesse honrar Pétain "no mesmo nível que os outros generais". Mas ele reconheceu o papel crucial do marechal na Grande Guerra que lhe valeu o apelido de "Leão de Verdun".
O porta-voz do governo francês, Benjamin Griveaux, minimizou a questão como "falsa controvérsia".