De acordo com a revista The National Interest, a falta de necessidade de colocar em serviço os respectivos sistemas é explicada pela ausência de uma defesa antimíssil adequada nos EUA. Assim, os autores frisam que a Rússia já possui cerca de 528 mísseis balísticos de baseamento terrestre e submarino, e apenas uma parte pequena deles basta para acabar com os EUA como Estado.
Em uma conversa com o serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista militar, professor da Universidade Militar do Ministério da Defesa da Rússia e coronel na reserva, Vladimir Karyakin, concordou que os sistemas de defesa antimíssil modernos realmente não podem garantir uma proteção eficiente de um ataque de mísseis em massa.
"Nos sistemas de defesa antimíssil modernos, na atual etapa de seu desenvolvimento, para destruir com alto nível de probabilidade cada míssil atacante seriam precisos vários antimísseis. E, de fato, esses sistemas podem destruir com segurança mísseis atacantes isolados. Caso se trate de um ataque maciço de mísseis balísticos, nenhum sistema de defesa antimíssil existente será capaz de garantir uma defesa eficaz", explicou o entrevistado.
Ao mesmo tempo, observou ele, a defesa antimíssil também está sendo aperfeiçoada e, com a passagem do tempo, podem aparecer novos sistemas mais eficientes.
"Eles [autores do artigo citado] afirmam que o Avangard é um sistema promissor, destinado a superar um sistema de defesa antimíssil mais potente, mais escalonado, mais desenvolvido que o atualmente existente. Mas os sistemas de defesa antimíssil se desenvolvem e, passado algum tempo, terão sido criados sistemas mais poderosos. Com estas publicações, eles simplesmente nos querem desnortear um pouquinho — tipo, para que vocês se ocupam destas ninharias se já são capazes de fazer qualquer coisa com suas forças de mísseis nucleares… É uma tentativa de exercer influência informativa sobre o lado russo", acrescentou Vladimir Karyakin.
O sistema Avangard esteve entre as armas cuja criação foi anunciada pelo presidente Vladimir Putin em 1º de março do ano corrente, durante sua mensagem anual à Assembleia Federal. A arma é capaz de voar nas camadas densas da atmosfera com alcance intercontinental, enquanto sua velocidade é 20 vezes maior que a do som. A produção em série do Avangard foi anunciada em julho, enquanto sua colocação em serviço se espera nos próximos meses.