A economia polonesa tem crescido de forma constante durante anos, mesmo em meio à crise de 2008, enquanto alguns outros membros da UE têm enfrentado períodos de recessão.
Apesar disso, os poloneses têm desacordos com Bruxelas acerca de outros temas. A UE tem feito criticado às reformas judiciais da Polônia, em particular, sobre a nova lei que reduz a idade de aposentadoria dos juízes da Suprema Corte para 65 anos. Bruxelas teme que as reformas possam ameaçar o Estado de direito no país.
Donald Tusk, que foi primeiro-ministro da Polônia entre 2007 e 2014, pediu a Varsóvia que não crie conflitos com Bruxelas a fim de evitar o 'Polexit', ou seja, a saída da Polônia da União Europeia.
Todo cuidado é pouco
Segundo o presidente do Conselho Europeu, uma eventual saída da Polônia da UE poderia acontecer por "acidente". No entanto, alguns membros do Parlamento Europeu discordam dessa visão.
Michal Marusik, representante polonês no Parlamento Europeu, também acredita que um acidente como esse seria improvável.
"Nada no Reino Unido aconteceu 'por acidente'", declarou Marusik à Sputnik.
As declarações de alerta podem estar ligadas ao fato de que Tusk considera um eventual retorno à política polonesa, porém é improvável que o partido da Plataforma Cívica, ao qual ele faz parte, consiga ganhar fôlego, disse Marusik.
"Há de fato uma chance de Donald Tusk tentar retornar, mas me pareceque ele não será mais necessário, porque o projeto político 'Plataforma Cívica' não pode ser revitalizado. As mesmas causas que formaram a Plataforma Cívica organizarão agora uma força sociopolítica completamente nova, não associada pela sociedade às estruturas existentes de poder e influência", disse Marusik, vice-presidente do Grupo da Europa de Nações pela Liberdade, grupo conservador que reúne membros de partidos de direita de diversos países europeus.
União Europeia refém de França e Alemanha?
"No entanto, se Bruxelas continuar com suas tentativas incansáveis de interferir nas leis e instituições da Polônia, isso pode mudar", disse o parlamentar europeu.
Marusik enfatizou que a União Europeia é em grande parte uma aliança franco-alemã, o que dificultava a influência de outros membros nas políticas do bloco.
"Praticamente, a União não faz nada com o que a França e a Alemanha não concordem", disse Marusik.
Uma pesquisa realizada em setembro mostrou que mais de 65% dos poloneses são contra uma eventual saída do bloco europeu. Apenas 17% gostariam de sair, enquanto outros 17% não têm opinião sobre o assunto.