Em seu novo livro intitulado "Union Jackboot: What Your Media and Professors Don't Tell You About British Foreign Policy", os autores T.J. Coles e Matthew Alford apresentam uma discussão dedicada à atitude dos EUA e Reino Unido em relação à Rússia. Os especialistas asseguram que Washington exerce todos os esforços para manter sua hegemonia, mas Moscou, com sua falta de vontade de ceder, impede o domínio da ordem neoliberal.
Segundo indica Coles, citado pela edição CounterPunch, o Reino Unido considera a Rússia como "inimigo" já desde o início do século XX, enquanto os historiadores britânicos consideram esse período como a "Primeira Guerra Fria". Naquele tempo, os países estavam lutando por recursos estratégicos e rotas comerciais e, após a Revolução de 1917, a Rússia começou representando também uma ameaça ideológica.
Ao mesmo tempo, os autores do livro também criticam as ações militares do Ocidente. Na opinião de Coles, os especialistas militares norte-americanos já há muitos anos sabiam que quaisquer tentativas da OTAN de influir sobre a Ucrânia resultariam em "anexação" da Crimeia. E agora, Moscou não está "atacando" Kiev de repente, mas demonstrando sua reação às ações da OTAN.
"Imaginem que a Escócia se separava do Reino Unido e que os russos começavam realizando manobras militares na fronteira para alegadamente conter os britânicos de conquistarem a Escócia. Ou se a Rússia realizasse suas manobras no Canadá ou no México, isso seria considerado uma ameaça enorme e uma violação da Carta da ONU, pelo menos", explica Coles.
"Seja o que for que a mídia dominante ocidental afirme, a Rússia e a China não representam uma ameaça militar, o problema é que o Ocidente simplesmente não gosta do ‘nacionalismo econômico' e do desenvolvimento desses países", resumiu.