O pedido foi feito pelo governo à Superintendência de Empresas neste segunda-feira, em uma carta assinada pels vice-presidente, Marta Lucia Ramirez, e a Agência Nacional de Defesa Jurídica do Estado, Camilo Gomez, na qual afirmam que a Colômbia possui instrumentos, como a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, para impor sanções à empresa brasileira.
"Este é um dos piores ataques cometidos contra a moralidade da nação, que causou sérios prejuízos nas finanças públicas e tem sido uma fonte de sérios danos à ética pública e o peso da lei", afirma a carta.
"Permitir que uma empresa, que organizou com pleno conhecimento atos graves de suborno e corrupção transnacional, participe novamente de licitações ou concursos públicos na Colômbia seria um atentado contra empresas honestas e cumpridoras da lei, bem como uma má mensagem para colombianos honrados", alegou a carta.
A Odebrecht está no centro do maior escândalo de corrupção na América Latina desde que reconheceu, em 2016, ter subornado autoridades em uma dezena de países. Na Colômbia, a empresa brasileira pagou cerca de 30 milhões de dólares em subornos em troca de contratos de infraestrutura, de acordo com investigações do Procurador Geral.
Cerca de 14 pessoas, incluindo ex-funcionários do Estado e políticos, estão em prisões colombianas em meio a escândalos e investigações. Odebrecht, em parceria com uma empresa local, foi responsável pela construção de um trecho de 528 quilômetros de uma estrada para a costa do Caribe, no âmbito de um contrato de mais de 1 bilhão de dólares.