Durante o encontro, foram aprovadas 14 propostas que devem ser adotadas pelos órgãos de fiscalização brasileiros. Sete tem como foco o combate à corrupção e as outras sete falam sobre a lavagem de dinheiro.
Uma das principais estratégias do futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, segundo uma matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, será justamente o combate ao crime de lavagem de dinheiro, indo atrás do patrimônio dos criminosos, uma postura que já era adotada na operação Lava Jato, ao começar pelos doleiros e operadores financeiros.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Jorge Nemr, advogado empresarial especializado em crimes de lavagem, acredita que a estratégia sinalizada por Sérgio Moro seja um bom caminho para ser adotado.
"A grande verdade é que para você poder sufocar as organizações criminosas você tem que desligar a torneira deles, para que eles não se aparelhem. Então é óbvio que você combatendo a entrada de recursos ilegais você consegue combater a estrutura criminosa", defendeu.
No encontro em Foz do Iguaçu estão sendo divulgados os resultados das ações desenvolvidas durante o ano de 2018. No total, essas ações envolveram a participação de 544 representantes de instituições parceiras.
Entre os principais resultados do trabalho, os membros da Enccla citam a criação do Programa Nacional de Capacitação e Treinamento para o Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (PNLD), que, segundo o Ministério da Justiça, permitiu a capacitação e o treinamento de cerca de 19 mil agentes públicos das 27 unidades da Federação.
Para Jorge Nemr, a tendência é que Moro aumente o investimento em tecnologia e aumente o número de funcionários que trabalham em órgãos de fiscalização.
"O que o Brasil tem que fazer é aparelhar um pouco mais, aumentar os quadros do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), investir mais em tecnologia da própria Polícia Federal e eu acho que é isso que vai acontecer nesse novo governo com o novo ministro Moro", disse.
A Enccla foi criada em 2003, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e reúne mais de 90 órgãos e entidades federais, estaduais e alguns municipais com o propósito de discutir a formulação de políticas públicas de prevenção e repressão à corrupção e à lavagem de dinheiro.