O estudo se baseia nas medições térmicas recolhidas na geleira, apelidada "terceiro polo" pela grande quantidade de gelo, superada somente pelo Ártico e Antártica, durante vários meses em 2017 e 2018 a 5.200 metros acima do nível do mar.
Desta maneira, os pesquisadores conseguiram determinar que a temperatura mínima do gelo registrada a essa profundidade era de apenas 3,3°C negativos, ou seja, acima da temperatura média anual do ar.
"O gelo quente é particularmente vulnerável às alterações climáticas, porque um pequeno aumento de temperatura pode desencadear derretimento [da geleira]", explicou o autor principal do estudo, especialista da Faculdade de Geografia da Universidade de Leeds, Reino Unido, Duncan Quincey.
A temperatura elevada do gelo é atribuída ao calor geotérmico junto com ar mais quente que provém de alturas inferiores e água, causada pelo derretimento. Esse pode gerar um ciclo perigoso de retroalimentação positiva, já que a água absorbe mais calor, estando o gelo cercado cada vez por água.
"A temperatura interna tem um impacto significativo sobre a dinâmica completa da geleira", o que, por sua vez, representa "uma parte crucial do fornecimento de águas a milhões de pessoas da região de Indocuche e Himalaias", concluiu Quincey.